O Bispo de San Sebastián (Espanha), Dom José Ignacio Munilla Aguirre, assinalou desde Roma à ACI Prensa, que o Beato João Paulo II poderia já ter intercedido em um segundo milagre que permitiria a canonização.

No dia 1º de maio, logo depois da cerimônia de beatificação do Papa João Paulo II, Dom Munilla disse à agência ACI Prensa em espanhol "que esse possível milagre –que canonizaria João Paulo II– pôde ter acontecido durante a celebração".

A canonização "chegará, e chegará logo, mas me parece que o importante não é tanto as datas, mas que nos afiancemos na fé católica da intercessão dos Santos", considerou.

"Não seria estranho para mim que João Paulo II derrame alguma graça contundente em alguma pessoa", como dizia "Santa Teresa do Lisieux, ‘passarei a eternidade derramando rosas sobre a terra’, e João Paulo II também o está fazendo".

Sobre as propostas de fazer o novo Beato patrono dos jovens, o Bispo espanhol considerou difícil associar um único patrocínio a João Paulo II.

"Eu diria que São João Bosco e João Paulo II poderiam ser os dois personagens que mais marcaram a história da pastoral juvenil da Igreja", e "perfeitamente ambos poderiam ser os patronos da pastoral juvenil", já que "inclusive os anciãos se apaixonaram por ver o Papa com os jovens".
O Prelado explicou à ACI Prensa que o Beato João Paulo II formou seu coração de sacerdote, "o povo sempre aprende a ser pastor tendo pontos de referência", e sem dúvida alguma "foi o Papa João Paulo II quem mais observei", sua beatificação foi "uma reafirmação do que me ensinou a Igreja".

João Paulo e Bento, o equilíbrio perfeito

O Prelado recordou que "não são os Papas a título pessoal os que dirigem a Igreja, mas sim o Espírito Santo é quem o faz servindo-se deles".

"Alguns dizem que João Paulo II era um Papa para ser visto, e Bento XVI dizem que é um Papa para ser lido, as duas coisas se complementam, de um carisma mais impactante a uma reflexão mais intelectual", considerou.

Dom Munilla, cuja consagração coincidiu com o início do Pontificado de Bento XVI, explicou que "o carisma não consiste em suas qualidades naturais", mas o carisma "é que Deus tome como instrumento".

Finalmente, recordou que Bento XVI em um momento de secularização tão grande "contribui uma luta contra a ditadura do relativismo, e contra a falta de capacidade de conhecer a verdade". "Isso é um dom muito grande", e "é o que a Igreja necessita neste momento", concluiu.