A protagonista do milagre que permitirá a beatificação do Papa João Paulo II, a religiosa francesa Marie Simon Pierre que foi curada de Parkinson, dará seu testemunho pessoal no sábado 30 de abril na vigília a ser celebrada no Circo Máximo em Roma na véspera da beatificação do Pontífice polonês.

Na roda de imprensa de hoje na que se explicaram mais detalhes dos três dias de festa pela beatificação de Karol Wojtyla em Roma, o diretor do Escritório Litúrgico do Vicariato de Roma, Dom Marco Frisina, explicou que nesta vigília também darão seu testemunho o Ex-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Joaquín Navarro-Valls e do Cardeal Stanislaw Dziwisz, que foi secretário pessoal de João Paulo II por mais de 40 anos.

Esta vigília contará ademais com a participação do Coro da diocese de Roma e da Orquestra do Conservatório de Sta. Cecilia, dirigida por ele. O coro da comunidade filipina de Roma e o coro Gaudium Poloniae interpretarão duas peça tradicionais.

Antes dos testemunhos, na primeira parte da vigília está prevista uma celebração da memória, em lembrança das palavras e dos gestos de João Paulo II: "no camarote –disse Dom Frisina– haverá uma grande reprodução da imagem de Maria Salus Populi Romani, padroeira da cidade de Roma. Também reviveremos –com imagens- os últimos meses do pontificado de João Paulo II, marcados pelo sofrimento".

Ao final dos testemunhos, nos quais falarão também alguns jovens romanos, cantarão o hino "Totus tuus", composto no 50º aniversário da ordenação sacerdotal de João Paulo II (1996).

Dom Frisina assinalou que a segunda parte começará com umas palavras do cardeal Agostino Vallini, vigário geral para a diocese de Roma, que "apresentará de modo sintético a personalidade espiritual e pastoral do beato".

Depois se rezarão os Mistérios Luminosos do Santo Rosário, criados por João Paulo II, e haverá uma conexão direta via satélite com cinco santuários Marianos espalhados pelo mundo.

Cada um dos Mistérios estará ligado a uma intenção de João Paulo II: no santuário Lagiewniki, em Cracóvia, a intenção será a juventude; no santuário Kawekamo-Bugando (Tanzânia), a família; no santuário de Nossa Senhora do Líbano - Harissa (Líbano), a evangelização; na basílica da Santa Maria de Guadalupe, da Cidade do México, a esperança e a paz das nações e no Santuário da Fátima, a Igreja.

Ao final, o Papa Bento XVI em conexão desde o Vaticano, rezará a oração final e dará a bênção apostólica a todos os participantes.

Antes da Eucaristia de beatificação do domingo 1º de maio, haverá uma hora de preparação que começará às 09:00 a.m. na que se rezará o Terço da Divina Misericórdia, devoção introduzida pela Santa Faustina Kowalska, e muito apreciada por João Paulo II. Acabará com uma Invocação à Misericórdia de Deus no mundo, com o canto "Jezu ufam Tobie" (Jesus, confio em ti).

Logo depois da Missa, depois da fórmula de beatificação,descobrirão uma tapeçaria com a imagem do novo beato e se cantará seu hino em latim. Ao final da Missa se levará a altar uma relíquia de João Paulo II para a veneração de todos os fiéis.

Na segunda-feira 2 de maio, a Missa de ação de graças que presidirá o Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, será precedida por uma hora de preparação em que se escutará algumas poesias do Papa João Paulo II recitadas por dois atores, um polonês e outro italiano.

A Missa contará com a participação do Coro da diocese de Roma, com a participação do Coro de Varsóvia e da Orquestra Sinfônica da Rádio de Katowice (Polônia). Os textos serão os da Missa do novo Beato.

Por sua parte, Walter Insero, responsável pelo Escritório de Comunicações do Vicariato de Roma, explicou que de sábado para domingo se viverá na Cidade Eterna, a chamada "Noite Branca" de oração.

"Depois da vigília no Circo Massimo e a partir das 23:00h será possível seguir rezando até o amanhecer em oito igrejas do centro que se encontram com o passar do percurso que desde o Circo Massimo leva à basílica de São Pedro: Santa Anastasia, San Bartolomeo allIsola, Santa Agnese in Agone (na Piazza Navona com um grupo de jovens poloneses), San Marco al Campidoglio, Santissimo Nome di Gesú allArgentina, Santa Maria in Vallicella, San Andrea della Valle e San Giovanni dei Fiorentini".

"Os jovens romanos, animadores de esta noite de fé, acolherão os peregrinos convidando-os a entrar na igreja e a unir-se à oração".

Ao longo da noite, explicou Insero, "e seguindo um esquema comum adotado nas igrejas que participam da iniciativa, haverá leitura e meditação da Palavra de Deus, silêncio e adoração eucarística; leitura de alguns textos de João Paulo II dirigidos aos jovens, testemunhos e cantos de alguns jovens, reza do Rosário e da coroa da Divina Misericórdia. Nestas oito igrejas numerosos sacerdotes estarão disponíveis para as confissões".

Walter Insiro explicou finalmente que o refeitório para os pobres e o centro de escuta da Cáritas de Roma na estação Termini serão dedicados a João Paulo II, como "sinal da caridade que a diocese de Roma promove em lembrança de seu amado bispo, para recordar sua solicitude pastoral para os mais pobres".