O presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom. Elio Sgreccia, apresentou nesta manhã na sala de imprensa da Santa Sé a XI Assembléia Geral da instituição –que ocorrerá no Vaticano de 21 a 23 de fevereiro– e anunciou que estará dedicada ao tema “Qualidade de vida e ética da saúde”.

O Prelado explicou que “a assembléia se centrará em dois temas de grande atualidade e importância: a ‘qualidade de vida’ e a ‘saúde’. As sociedades desenvolvidas querem alcançar um nível melhor de qualidade de vida e as organizações internacionais se propõem garantir o melhor nível de saúde”, embora “ainda não está claro o que  entende exatamente o grande público e possivelmente nem sequer os mesmos políticos com a expressão ‘qualidade de vida’”.

Dom. Sgreccia se referiu aos parâmetros de definição da ‘qualidade de vida':  médico-sanitários, socioeconômicos, de bens de consumo e inclusive ecológicos; e ressaltou que “há também outro significado muito diversos de caráter redutivo”, onde se afirma que “onde não existir um nível aceitável de qualidade de vida, a vida mesma perde valor e não merece ser vivida”. “Em substância, a qualidade de vida assume um caráter absoluto e sua sacralidade um caráter relativo”, acrescentou.

Do mesmo modo, o Prelado explicou que é problemático também definir o termo “saúde”. “Embora a saúde não representa o bem último da pessoa, constitui de todas formas um bem muito importante que exige o dever moral de conservá-la, sustentá-la e recuperá-la. Mas depois da definição de saúde da OMS, como ‘completo bem-estar de natureza física, psíquica e social’, este valor se converteu em algo utópico e mítico, assumindo às vezes significados letais”.

“Basta pensar no fato de que, apoiando-se na saúde da mulher, legaliza-se o aborto. Até onde chega, então, o chamado ‘direito à saúde’? Existe um direito à saúde ‘a todo custo’? Ou existe, ao contrário, um direito às curas?”, concluiu.