O bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, lançou durante a 80ª Peregrinação da diocese ao Santuário de Fátima, realizada este domingo, um apelo por uma nova cultura política para enfrentar o momento de crise gravíssima que Portugal está atravessando.

Em declarações reunidas pela Agência Ecclesia Dom Marto afirmou que “não haverá renascimento social sem uma nova cultura política, que assente nos valores da verdade, da honestidade - que afasta toda a corrupção, honestidade de consciência e de costumes - e da transparência que não esconde a verdade da situação ao seu povo”.

Na missa que presidiu no Santuário de Fátima o prelado também destacou que “não haverá um verdadeiro renascimento social sem um renascimento espiritual e moral”.

“Não se trata um tumor com uma aspirina ou com um cosmético”, alertou o bispo.

Os fiéis de Leiria-Fátima, no distrito de Santarém, foram com seu bispo em peregrinação ao seu mais importante Santuário, que o prelado classificou como o “coração espiritual” da diocese.

Na homilia da eucaristia dominical, o também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa convidou a “uma vida mais sóbria, que renuncia a um consumismo supérfluo, das coisas supérfluas”, uma “vida de mais exigência e de mais rigor, que renuncia à ilusão do facilitismo, de que tudo é fácil”.

A nota da Agência Ecclesia também destaca que o bispo falou da necessidade de “superar os particularismos dos interesses e dos jogos de poder e de privilégios partidários, e de superar a obsessão irracional e quase demencial de atribuir as culpas uns aos outros”.

Aos cristãos da diocese, Dom Marto deixou o desafio de serem “comunidades de fraternidade, onde todos se encontram em casa” onde todos “tenham capacidade de sofrer e de se sacrificar por aqueles que sofrem”. Para concluir o prelado reiterou seu pedido em favor de “caminhos de diálogo, de colaboração e de consenso”, para “sair da crise de emergência econômica e social” em Portugal.