A Baixa Câmara do Parlamento polonês  recusou por 199 votos uma proposta impulsionada pelo Governo para permitir o aborto até as doze semanas de gestação, promover a educação sexual nas escolas primárias como matéria separada e permitir que as meninas menores de idade abortem sem o consentimento de seus pais.

A lei sobre legalização do aborto foi impulsionada pela Aliança Democrática de Esquerda e teve o apoio de 183 deputados. Entretanto, não prosperou graças à tenaz oposição dos parlamentares da Liga de Famílias Polonesas, que enviaram a seus colegas centenas de caixas com pequenas bonecas que simulavam fetos de dez semanas de gestação, com a inscrição: “sua vida também começou na concepção”.

Por sua vez, a Igreja se somou à campanha pela vida através de uma carta enviada aos deputados. O texto qualifica a proposta de “crime contra a nação”, sobre tudo se for levado em conta o sob índice de natalidade do país.

Polônia teve sob o regime comunista leis que favoreciam o aborto. Entretanto, a legislação que entrou em vigor em 1993 só permite esta prática se a saúde da mãe estiver em risco, se o feto apresentar problemas irreparáveis ou se a gravidez for produto de uma violação ou incesto.