O historiador, jornalista e político socialista italiano, Giuseppe Tamburrano, recordou "o último sorriso do Padre Pio" e a amizade e lealdade do santo sacerdote com seu pai quando todos o haviam abandonado no cárcere a princípios do século XX.

A última vez que se encontrou com o Padre Pio, Tamburrano estava na universidade e já estava inscrito no partido comunista. O Santo, que o conhecia desde criança o encarou: "O que você fez?"

O jovem pensava que se referia à militância política e começou a defendê-la. Mas o Padre Pio, relata Tamburrano, disse-lhe: "A política? E o que tem a ver a política? Seguro que você se inscreveu em jurisprudência porque quer ser advogado, mas acaso não sabe que todos são ladrões?" Um sorriso cúmplice iluminou o rosto do frade capuchinho depois do comentário, assinala o artigo do L'Osservatore Romano (LOR).

Em uma entrevista com o semanário italiano Dipiù recolhida pelo LOR, Tamburrano, comenta ademais que este episódio foi um de tantos "com os que o Padre Pio tocava o coração".

O Santo de Pietrelcina foi amigo muito próximo do padre do Giuseppe, Luigi Tamburrano, que em 1920 foi encarcerado e abandonado por todos seus amigos logo depois de um massacre em São Giovanni Rotondo, o povoado natal de ambos.

Entretanto, o Padre Pio nunca o deixou sozinho, sempre o visitou enquanto esteve na prisão e não lhe importou que seu amigo fora um socialista ateu (converteu-se antes de morrer em 1964): era seu amigo e com isso bastava, recorda LOR.

O Santo Padre Pio de Pietrelcina, conclui Tamburrano, "fez que voltasse ao meu papai o sorriso no rosto: por isso estarei sempre agradecido a ele".

O artigo do LOR foi publicado em 24 de março como resultado da apresentação do livro de Stefano Campanella chamado "Obediência e paz: A verdadeira história de uma falsa perseguição" sobre a inconsistência do "mito" do Papa João XXIII como perseguidor do Santo Padre Pio de Pietrelcina.