O fotógrafo Mauricio Vélez, autor de uma polêmica mostra fotográfica sobre sacerdotes e abusos sexuais, admitiu que entre os modelos das grotescas imagens publicadas na última edição da revista Soho há dois menores de idade.
Depois do pedido da Procuradoria de iniciar uma investigação fiscal sobre as fotos e a pornografia infantil, em 24 de março em declarações ao programa "Hora 20" da Rádio Caracol, Vélez, admitiu que nas imagens "há um menino de 25 anos, já major de idade, há um menino que em dois meses vai fazer 18 anos e o menor tem 16 anos". Vélez alegou que contou com o consentimento dos pais dos menores.

Na quinta-feira 24 de março, o diretor da Soho, Daniel Samper Ospina, tratou de justificar a publicação das polêmicas fotografias alegando que "violam as leis os violadores que se escondem em umas batinas para violar crianças; não as obras que denunciam essa realidade".

Em declarações ao jornal El Tiempo, Samper se defendeu com o argumento de que as fotos correspondem a um fotógrafo e disse que "Soho as reproduziu porque encontrou nelas valor estético e de denúncia".

"A arte é denunciar e estas fotos não produzir maus pensamentos mas rechaço ao padre que os sente", acrescentou.

Na quarta-feira 23 de março, a Procuradoria informou no seu website que a Procuradora Delegada para a Defesa dos Direitos da Infância, a Adolescência e a Família, Ilva Miryam Hoyos Castañeda, solicitou à Fiscalização e ao ICBF investigar os fatos relacionados com a elaboração, publicação e divulgação das imagens.

As imagens mostram "um grupo de supostos menores de idade nus que estão sendo apresentados ou tocados por um homem vestido de sacerdote ou bispo".

"Para a Procuradora Delegada, a elaboração, publicação e difusão de fotografias aonde se apresenta um grupo de menores de idade, ou de maiores de idade que atuam como menores, que estão sendo apresentados ou tocados por um suposto 'pedófilo', representam uma suposta violação ao dever de responsabilidade que corresponde à revista SOHO para com os meninos, as meninas e os adolescentes, e poderia implicar a eventual atualização de condutas delitivas; por esta razão requereu a intervenção das autoridades competentes", afirma a página Web.