Um numeroso grupo de fiéis se congregou este domingo ao meio dia na Praça de São Pedro para rezar o Ângelus dominical com o Papa Bento XVI, quem antes da oração Mariana ressaltou que Deus respeita a liberdade de toda pessoa e por isso "toca seu coração e espera com paciência sua resposta".

"O cansaço de Jesus, sinal de sua verdadeira humanidade, pode ser visto como um prelúdio de sua paixão, com a qual nos realizou em plenitude a obra de nossa redenção", disse o Santo Padre ao meditar sobre o Evangelho de hoje, em que se narra o encontro de Cristo com a samaritana que vai ao poço a recolher água.

O Papa afirmou que "no encontro com a samaritana no poço, surge o tema da 'sede' de Cristo, que culmina no grito na cruz: 'Tenho sede'. Certamente esta sede, como o cansaço, tem uma fase física. Mas Jesus, como diz Santo Agostinho, 'tinha sede da fé daquela mulher', como da fé de todos nós".

"Deus Padre enviou Cristo para saciar nossa sede de vida eterna, dando-nos seu amor, mas para fazer este dom, Jesus pede nossa fé. A onipotência do Amor respeita sempre a liberdade do homem: toca à porta do seu coração e espera com paciência sua resposta".

O Pontífice refletiu sobre os símbolos presentes no encontro com a samaritana: "a água, alude claramente ao sacramento do Batismo, fonte de vida nova para a fé na Graça de Deus. Esta água representa o Espírito Santo, o 'dom' por excelência que Jesus veio nos dar de parte de Deus Pai. Quem renasce da água e do Espírito Santo entra em uma relação real com Deus, uma relação filial".

"Cada um de nós -disse o Papa- pode colocar-se no lugar da samaritana: Jesus nos espera, especialmente neste tempo de Quaresma, para falar com nosso, ao próprio coração. Detenhamo-nos em silêncio. Escutemos sua voz que nos diz: 'Se conhecesses o dom de Deus'".

"Que a Virgem Maria nos ajude a que não faltemos a este encontro, do qual depende nossa verdadeira felicidade", concluiu.

Ao final do Ângelus, o Papa dirigiu aos peregrinos de língua portuguesa a seguinte saudação:

Saúdo os peregrinos de língua portuguesa,
em particular a comunidade romana dos fiéis brasileiros, que está realizando a sua peregrinação quaresmal, e os alunos e professores do Colégio de São Tomás em Lisboa, que recordam a minha Visita a Portugal do ano passado. Agradecido pela vossa presença e união na oração, desejo a todos a água viva que Jesus ofereceu à Samaritana, dizendo-lhe que a mesma se torna uma fonte que jorra para a vida eterna. Que Deus vos guarde e abençoe!