A Arquidiocese de Córdoba (Argentina) assinalou à agência ACI Prensa que o sacerdote Nicolás Alessio, processado canonicamente por seu apoio público às uniões homossexuais, já foi sentenciado embora ainda tenha alguns dias para apelar da sentença.

Em diálogo telefônico com a ACI Prensa, o porta-voz da Arquidiocese, Gustavo Loza, assinalou no dia 10 de março que o processo contra o Pe. Alessio "terminou com a sentença há mais ou menos dez dias e estamos em um período de quinze dias hábeis nos que o sacerdote tem possibilidades de apelar, e se não a apela da sentença fica firme, a partir daí vamos poder dar os detalhes".

"Até que a sentença esteja firme" a arquidiocese não emitirá um comunicado formal, explicou Loza e acrescentou que isto é "fundamentalmente para respeitar o direito de defesa do sacerdote".

O processo aberto contra o Pe. Alessio teve início devido ao reiterado apoio do sacerdote às uniões homossexuais. Em uma manifestação pública organizada pelo movimento gay em meados do ano passado, ele pediu "perdão porque pertenço a uma instituição que não termina de converter-se ao Evangelho de Jesus, a um Jesus que jamais condenou a homossexualidade, que jamais condenou o matrimônio homossexual".

Uma das primeiras medidas que tomou a Arquidiocese foi a suspensão do sacerdote de seu ministério e a retirada da paróquia na qual servia porque não se retratou de suas manifestações a favor do mal chamado "matrimônio homossexual".

Gustavo Loza explicou ao grupo ACI que antes do processo, o Arcebispo de Córdoba, Dom Carlos José Ñáñez, chamou em até duas oportunidades o sacerdote para que se retratasse de suas afirmações e assim não ter que sancioná-lo ou iniciar o processo canônico que já culminou.

O Prelado chamou o sacerdote "ao diálogo e à reconsideração de suas expressões públicas e de seu apoio em eventos promovidos por organizações gay. Como isso não aconteceu, impôs-lhe uma admoestação com a obrigação da retratação".

Ante a negação de retratar-se uma vez mais abusando da benevolência do Prelado, o Arcebispo não teve mais remédio que solicitar "o início do processo ao Tribunal Arquidiocesano".

"Este pedido foi feito com a intenção de lhe garantir ao sacerdote um processo que seja objetivo, que não seja arbitrário", precisou Loza.

"Terá que ter em conta que o Arcebispo, por sua hierarquia, tem faculdades para tomar medidas diretas e poderia ter imposto uma sanção em forma direta, entretanto decidiu pedir o início do processo para que o sacerdote gozasse das garantias da defesa".

O porta-voz da Arquidiocese disse finalmente à ACI Prensa que em todo este tempo, o Pe. Alessio "não só não se retratou mas reafirmou sua posição".