Ao menos 13 pessoas morreram e 140 resultaram feridas após os enfrentamentos entre muçulmanos e cristãos coptos que protestavam pelo incêndio de uma igreja por parte de extremistas islâmicos no Cairo (Egito).

Na noite da terça-feira 8 de março, os coptos tinham bloqueado uma estrada. Um grupo de muçulmanos tentou passar e isso originou a briga que durou umas quatro horas, conforme indicam as autoridades locais.

Ante a violência, assinala a Europa Press, o exército disparou ao ar para dispersar as partes.

A AFP informa que o enfrentamento ocorreu no bairro de Moqattam (leste), habitado majoritariamente por coptos, onde cerca de mil cristãos saíram à rua para protestar contra o incêndio que praticamente destruiu uma igreja no fim de semana no sul da capital.

Os extremistas islâmicos, assinala a AP, tinham incendiado a igreja copta devido a uma série de tensões causadas como resultado da relação de um casal conformado por um muçulmano e uma cristã, que gerou uma crise entre as famílias que logo levou aos enfrentamentos.

A agência italiana Ansa indica por sua parte que um sacerdote copto da Igreja da Santa Virgem de Moqattam, disse que as vítimas dos enfrentamentos foram baleadas por membros do exército.

"O exército disparou contra os coptos e nós temos os projéteis para demonstrá-lo. Um deles foi extraído esta manhã do corpo de um adolescente de 14 anos", denunciou.  

O sacerdote afirma além disso que os muçulmanos lançaram pedras, garrafas e bombas incendiárias que provocaram o incêndio de três moradias, três depósitos de plásticos e outros de cartão.

Além disso alertou que "a situação é grave e o exército se encontra apenas em um dos seis acessos ao bairro dos zabbalin", a comunidade cristã que se ocupa da coleta de resíduos.

"Estamos muito preocupados com o que pode acontecer durante os funerais", concluiu.

Estes enfrentamentos ocorrem em meio da crise que derrocou o Presidente Hosni Mubarak quem dirigiu o país durante mais de 30 anos e que se viu obrigado a deixar o poder depois dos massivos protestos em todo o Egito.

Um antecedente dos enfrentamentos entre coptos e muçulmanos foi o ataque a fins de dezembro de 2010 no qual extremistas islâmicos atacaram uma igreja copta em Alexandria e assassinaram 21 pessoas.

Os cristãos coptos no Egito são ao redor de 8 milhões em uma população total de 80 milhões de pessoas, na qual a maioria são muçulmanos.