A Conferência Episcopal do Equador (CEE), chamou os pais de família a exigirem que seja respeitado seu direito a educar os seus filhos segundo suas convicções morais e religiosas, e portanto que seja reposta a disciplina de religião nos colégios públicos, que foi eliminada pela nova Lei Orgânica de Educação Intercultural.

Os bispos criticaram a decisão da Assembléia Nacional que no último 15 de fevereiro ratificou a nova lei de educação e rechaçou o veto do presidente Rafael Correia, que entre outros pontos, pediu restabelecer o ensino de religião nos colégios públicos.

Em seu comunicado do dia 2 de março, a CEE disse que existe "a evidente inconstitucionalidade da atuação da Assembléia que, para 'garantir a educação laica', não teve reparo em limitar os direitos constitucionais dos cidadãos".

No texto, os bispos explicaram que "por ser uma disciplina curricular, este ensino (de religião) é algo muito diferente da catequese e da educação na fé, realizada em igrejas e centros de culto".

"Trata-se de um ensino que integra a própria tradição religiosa, conforme à consciência familiar, na formação cultural completa. Além disso, os mesmos direitos educativos se referem também ao tipo de educação da afetividade e da sexualidade, que jamais pode prescindir da participação dos pais", acrescentaram.

Nesse sentido, a CEE disse que recolhe "a voz de uma grande maioria de famílias equatorianas, de inumeráveis educadores e de amplíssimos setores da sociedade (não só católicos) que (...) não estão dispostos a ceder seus direitos por nenhum cálculo político ou vetustos preconceitos ideológicos".

Os bispos reiteraram seu chamado a exigir o ensino de religião porque "só uma educação que eduque a razão e a liberdade, segundo os princípios religiosos e morais da família, poderá oferecer à convivência civil as próprias bases do bem comum garantido por um autêntico Estado de Direito".