O Arcebispo de Arequipa (Peru), Dom Javier del Río Alba, afirmou que votar por um candidato que apóia o aborto é um pecado mortal, algo que um católico não pode fazer jamais.

Em entrevista telefônica concedida ontem à agência ACI Prensa, em espanhol, o Prelado disse que embora o voto por um candidato abortista seja uma falta grave, isto não gera que a pessoa incorra em excomunhão latae sententiae (automática), na qual incorre a pessoa que pratica um aborto ou participa dele como o estabelece o Código de Direito Canônico.

Com o aborto, explicou, se atenta contra seres humanos indefesos aos que "se mata de uma forma muito cruel no ventre de sua mãe".

Por isso, "como católicos, não podemos jamais apoiar um candidato que propõe o assassinato de crianças indefesas e atenta contra o bem comum da sociedade, atentando contra a instituição do matrimônio", fazendo também referência às propostas eleitorais de instituir o mal chamado "matrimônio" gay no país sul-americano.

"Os bispos não intervêm na política", precisou logo e explicou que, entretanto, "como diz a doutrina da Igreja corresponde aos bispos ensinar em matéria de fé e de costumes".

Em referência à sua homilia de 13 de fevereiro, que alguns meios consideraram apenas uma menção ao candidato presidencial Alejandro Toledo –que manifestou a favor da legalização do aborto- Dom Del Rio recordou que o Evangelho desse domingo era explícito sobre o mandamento de não matar, por isso era importante abordar o problema porque "é de plena atualidade".

Em sua homilia disse que "os católicos não podemos jamais dar nosso voto a um candidato que com suas palavras ou seu testemunho de vida (...) anuncia que vai promover o aborto".

Em diálogo com a ACI Prensa, o Arcebispo de Arequipa exortou logo os católicos a meditarem no seu voto e estudar os candidatos, tanto as "propostas concretas como o próprio testemunho de vida".

O voto deve outorgar-se após "pensar no conjunto de medidas", sem "deixar-se levar pela aparência do candidato".

Depois de sublinhar que os bispos "falamos para o povo fiel mas também para todos os homens de boa vontade", o Prelado lamentou que alguns políticos tenham promovido o aborto, logo de enfrentamentos verbais com bispos. "Eles calaram, mas o tema segue no plano de governo", afirmou.