Centenas de pessoas se reuniram na igreja copto-ortodoxa de São Marcos em Frankfurt para rezar pelas 23 vítimas do atentado do último 31 de dezembro contra um templo copto em Alexandria e rezaram pela liberdade religiosa da golpeada comunidade cristã no Egito.

Conforme informa a associação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), líderes ortodoxos, católicos, protestantes, políticos, famílias e centenas de pessoas participaram da cerimônia do sábado 8 de janeiro, durante a qual o Bispo Anba Damião, cabeça dos coptos-ortodoxos na Alemanha pediu pelos direitos dos cristãos egípcios, alvos de ataques de extremistas muçulmanos.
"Nosso país foi refúgio de Jesus Cristo, sua família e de muitos profetas", recordou o Bispo e acrescentou que "antigamente fomos senhores em nossa terra, hoje só queremos viver como cidadãos com todos os direitos e obrigações que os demais".

O Bispo explicou que, antes de poder construir uma igreja cristã no Egito, são construídas 16 mesquitas, e para obter uma licença de obra para erigir uma igreja é preciso que "ter muita paciência".

O líder copto-ortodoxo recordou que "querer ser cristão não é um ato delitivo!" e "as pessoas estão cansadas de belas palavras; elas querem atos" por isso pediram ao Governo egípcio que sancione os responsáveis pelo atentado porque caso contrário isto dará "luz verde aos terroristas".

O prelado também pediu uma compensação para as famílias das vítimas e "medidas preventivas, para que algo assim não volte a acontecer".

Em declarações à AIS, o Bispo assegurou que no Egito os coptos enfrentam hostilidade desde criança. São chamados "ossos azuis", um insulto que alude às marcas dos golpes que, durante séculos, receberam.

"Conosco, as crianças aprendem desde pequenos a viverem com a cruz", explicou o bispo e assegurou que os coptos "somos uma Igreja de mártires", por isso "ninguém pode causar-nos medo. Nossos fiéis rezarão, mesmo que celebrem sua última Missa, porque o sangue dos mártires é a semente da Igreja".

Entretanto, ele recordou que as pessoas têm "direito a ser protegidas" e considerou que as palavras de ânimo do Papa Bento XVI serviram para "aliviar muitas dores".

Líderes católicos, ortodoxos e protestantes, participaram da cerimônia junto a destacados políticos, representantes do Conselho Central dos Muçulmanos na Alemanha e centenas de convidados que se solidarizaram com a comunidade copta.