Faleceu em Santos (SP), na manhã do último sábado, 8, o Bispo emérito da diocese de Anápolis (GO), Dom Manoel Pestana Filho, com 82 anos. Ele foi bispo da diocese goiana durante 25 anos entre 1979 e 2004. Dom Manoel estava na casa das Irmãs da Toca de Assis quando foi encontrado sem sinais de vida. Ainda foi transportado para o pronto socorro, mas no caminho foi constatado óbito. A nota da CNBB foi assinada por Dom Dimas Lara Barbosa, Secretário Executivo da conferência episcopal. Abaixo a nota publicada no site da CNBB:

 “Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24).

Causou-nos profunda tristeza a notícia da morte do bispo emérito de Anápolis-GO, Dom Manoel Pestana Filho, ocorrida ontem, dia 8, em Santos-SP, sua cidade natal. Manifestamos, pois, nosso pesar e nossa solidariedade aos familiares de Dom Manoel, bem como à diocese de Anápolis e a seu bispo diocesano, dom João Wilk.

Durante 25 anos, de 1979 a 2004, Dom Manoel exerceu um fecundo ministério pastoral à frente da Diocese de Anápolis, marcado por um inquebrantável compromisso de fidelidade a Jesus Cristo e à sua Igreja, na permanente defesa e promoção da fé, da vida e da dignidade da pessoa humana.

Alenta-nos, neste momento de dor e lágrimas, a palavra do Evangelho, que assegura a verdadeira vida para o que crê em Jesus Cristo: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11,25-26).

Dom Manoel Pestana foi um conhecido defensor da vida no Brasil, conforme destaca o Pe. Luis Carlos Lodi, líder do Pró-vida de Anápolis, fundado pelo próprio Dom Manoel:

“Foi ele que em pessoa resolveu fundar em Anápolis o movimento Pró-Vida em 1989, quando recebeu em sua diocese a visita de um grupo de militantes da “Human Life International” (HLI) dos Estados Unidos, acompanhados de Mons. Ney Sá Earp, grande líder pró-vida do Rio de Janeiro. O Pró-Vida de Anápolis funcionou de início na própria Cúria Diocesana, dirigido pessoalmente por ele, juntamente com alguns leigos. De lá saíam os que iam aconselhar gestantes, dar palestras em escolas e fazer manifestações contra o aborto. Ele próprio introduziu o costume de se fazer, em cada dia 28 de dezembro, a Marcha dos Santos Inocentes, na qual crianças atravessavam as ruas da cidade enquanto adultos falavam ao megafone contra o aborto”, destacou o Pe. Lodi em um recente artigo.

“Quando, assustado pelo perigo da iminente legalização do aborto no Brasil, sugeri a Dom Manoel que organizássemos uma caravana a Brasília, a resposta foi um “sim” entusiástico. Em 16 de agosto de 1996, ele se dirigia à Praça dos Três Poderes juntamente com cerca de 3000 pessoas portando faixas e cartazes pró-vida. Naquele ano e no ano seguinte, estava em pauta o perigoso Projeto de Lei 20/91, que pretendia obrigar o SUS a praticar aborto. Quase toda semana tínhamos que ir a Brasília em ônibus fretados para impedir a aprovação do projeto. Conosco estava sempre Dom Manoel, que deixava de lado todos os seus afazeres na Cúria Diocesana”, recorda o sacerdote.

Segundo o Pe. Lodi, “a morte de Dom Manoel está longe de ser um sossego para os promotores do aborto. Ao contrário: à semelhança do grão de trigo, que só dá frutos quando morre, da morte desse Bispo devemos esperar grandes frutos para nossa terra. Ele morreu como vítima, oferecida com Cristo em nosso favor”.
“Agora, ganhamos um intercessor junto ao Pai”, finalizou.