Bento XVI presidiu ontem à noite a tradicional celebração da Missa do Galo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e destacou aos presentes que o homem pode ser imagem de Deus, porque Jesus é Deus e Homem, a verdadeira imagem de Deus e do homem.

Na sua homilia, recolhida pelo Portal Canção Nova Notícias, o Papa começou sua reflexão a partir de um trecho do Salmo segundo - "Tu és meu filho, Eu hoje te gerei". Bento XVI afirmou que se tornar rei é uma espécie de novo nascimento, ao mesmo tempo que constitui uma esperança.

"Na noite de Belém, esta palavra profética realizou-se de um modo que, no tempo de Isaías, teria ainda sido inimaginável. Sim, agora Aquele sobre cujos ombros está o poder é verdadeiramente um menino. N’Ele aparece a nova realeza que Deus institui no mundo. Este menino nasceu verdadeiramente de Deus. É a Palavra eterna de Deus, que une mutuamente humanidade e divindade. [...] Precisamente na fragilidade de menino que é, Ele é o Deus forte e assim nos mostra, face aos pretensiosos poderes do mundo, a fortaleza própria de Deus", ressaltou o Santo Padre.

"Fica superada a distância infinita entre Deus e o homem. Deus não Se limitou a inclinar o olhar para baixo, como dizem os Salmos; Ele 'desceu' verdadeiramente, entrou no mundo, tornou-Se um de nós para nos atrair a todos para Si", destacou o Pontífice.

O Bispo de Roma lembrou que, de acordo com a tradição da Sagrada Escritura, "primogênito" não significa o primeiro de uma série de filhos. "É um título de honra, independentemente do fato se depois se seguem outros irmãs e irmãs ou não. [...] O primogênito pertence a Deus de modo particular, é por assim dizer destinado ao sacrifício. No sacrifício de Jesus na cruz, realiza-se de uma forma única o destino do primogênito. Em Si mesmo, Jesus oferece a humanidade a Deus, unindo o homem e Deus de uma maneira tal que Deus seja tudo em todos", explicou.

"Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens que Ele ama" (Lc 2, 14), conclui o Evangelho do Natal, citando o louvor de uma multidão de anjos a Deus. Nesse sentido, Bento XVI recordou que "a manifestação da beleza, do belo, torna-nos felizes sem que devamos interrogar-nos sobre a sua utilidade. A glória de Deus, da qual provém toda a beleza, faz explodir em nós o deslumbramento e a alegria. Quem vislumbra Deus, sente alegria; e, nesta noite, vemos algo da sua luz".

"As duas coisas andam juntas: graça e liberdade; o amor de Deus, que nos precede e sem o qual não O poderemos amar, e a nossa resposta, que Ele espera e até no-la suplica no nascimento do seu Filho. O entrelaçamento de graça e liberdade, o entrelaçamento de apelo e resposta não podemos dividi-lo em partes separadas uma da outra. Ambas estão indivisivelmente entrançadas entre si. Assim esta frase é simultaneamente promessa e apelo".

Finalmente, Bento XVI afirmou que Deus "não cessa de nos procurar, de nos levantar todas as vezes que o necessitamos. Não abandona a ovelha extraviada no deserto, onde se perdeu. Deus não se deixa confundir pelo nosso pecado. Sempre de novo recomeça conosco. Todavia espera que amemos juntamente com Ele. Ama-nos para que nos seja possível tornarmo-nos pessoas que amam juntamente com Ele e, assim, possa haver paz na terra", encerrou.

A homilia completa da Solenidade do Natal do Senhor também está disponível no Canção Nova Notícias:
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=279599