Em seu último artigo intitulado “O Natal e a Vida”, o Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, recorda às véspera da celebração da Encarnação de Jesus, que a maioria dos brasileiros defende a vida contra o aborto. Ser favorável à vida, indica o arcebispo, é antes de tudo uma questão de ciência e consideração pela pessoa humana.

“O Brasil deve ter personalidade suficiente para continuar o seu caminho sem se deixar pressionar por entidades internacionais e por tratados que não querem o bem do nosso povo e só impõem obrigações que nos empobrecem”, destacou também o prelado.

“Estamos próximos do Natal! Esta celebração marca a nossa vida com sinais de alegria e esperança, ao mesmo tempo em que anuncia que a Luz do Mundo chegou trazendo a Paz. Ele, que é o Filho Amado de Deus, nasceu de uma mulher!”, recorda o Arcebispo do Rio em seu artigo e destaca que “a vida que Jesus vai recordar, que Ele veio para que todos a tenham e a tenham em abundância, é um dos valores mais importantes da nossa civilização”.

Mais adiante Dom Tempesta ressaltava que “no dia 5 de dezembro deste ano foi publicada nos jornais uma notícia sobre a pesquisa do Instituto Vox Populi em que se constata que, no Brasil, 82% do nosso povo são a favor da vida do nascituro, e, portanto contra o aborto. Segundo a mesma pesquisa, este índice é o maior desde que os levantamentos começaram a ser feitos, em 1993”.

“Diga-se que isso demonstra claramente a opinião progressista de um povo que, mesmo com toda a propaganda contrária, traz em suas convicções a importância da vida desde a concepção até a morte natural. A opinião conservadora, antiquada e retrógrada de “eliminar” pessoas indesejáveis, porém, ainda encontram abrigo em considerações provindas de culturas de violência e preconceituosas” afirmou o arcebispo, dias depois que o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral tenha feito uma série de declarações a favor desta prática anti-vida deploradas por peritos em temas de vida e sociologia como o Prof. Felipe Aquino e o filósofo católico Olavo de Carvalho.

“O aborto, que é o mesmo que a interrupção da gravidez, eliminando uma pessoa, não é uma questão de saúde pública, mas é muito mais que isso: aqui se joga a concepção e valores da pessoa humana e a constatação da beleza da vida concebida”, denunciou o arcebispo.

Criticando a falaz preocupação da cultura moderna pelo meio ambiente esquecendo o valor da vida, Dom Orani afirmou que “a cultura que vai sendo gerada em nossa sociedade, que se preocupa em trocar a iluminação de um monumento para que não se matem as mariposas da floresta, está em contradição com a falta de consideração pela vida humana e também da mulher, de seus sentimentos, sua vida e o respeito que merece”.

“Nesses casos, além da criança eliminada, a mulher e mãe, que tem sentimentos e amor, sofre duplamente com toda a situação” afirmou o bispo quem também chamou a atenção para fato que  “a saúde da mulher deve ser preservada e bem cuidada para que tenha uma vida saudável”.
“Precisamos sim ter serviços médicos que ajudem a preservar a vida em todas as circunstâncias e com dignidade de atendimento, seja qual for a situação em que se encontra a pessoa”, frisou Dom Orani.

“Ser favorável à vida é antes de tudo uma questão de ciência e consideração pela pessoa humana. Países em que isso foi desconsiderado, além dos vazios existenciais pessoais, estão cedendo lugar a outras civilizações que ocupam os espaços deixados vazios devido a essa mentalidade. Aliás, o Brasil, de acordo com o último censo demonstrou que está também nesse caminho do envelhecimento. Daqui a algum tempo será defendida a tese que teremos de eliminar também aqueles que “não produzem” e só dão despesas para a sociedade, porque não teremos mão de obra para sustentar a produção nacional e, consequentemente, os pensionistas da previdência social”, asseverou.

“Nós somos favoráveis à vida em todas as dimensões, passando pelo desenvolvimento, educação, saúde, habitação, lazer. Não se pode defender uma parte da vida negando a outra, por isso, a importância de valorizá-la desde a concepção”, afirmou o arcebispo da capital fluminense.

“Este é um momento muito importante e sério para a humanidade e não podemos continuar imitando nações e regiões que perdem seus valores culturais e humanos. O Brasil deve ter personalidade suficiente para continuar o seu caminho sem se deixar pressionar por entidades internacionais e por tratados que não querem o bem do nosso povo e só impõem obrigações que nos empobrecem, principalmente, culturalmente”, denunciou Dom Tempesta.

“A discussão que houve no país há pouco tempo demonstrou a sensibilidade do povo brasileiro em valorizar a vida. Agora, durante este tempo de Natal, é importante que valorizemos ainda mais esse grande e belo dom que recebemos de Deus: a vida”, concluiu.