Uma solene missa, presidida pelo arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, hoje, 16, às 18h, marca a reinauguração dos 61 sinos da Catedral da Sé, o maior carrilhão de sinos da América Latina.

Após passar por uma minuciosa restauração, o maior carrilhão da América Latina volta a funcionar em sua totalidade. A reforma, patrocinada pelo Grupo Comolatti e realizada pelas empresas Santo Dia e Belltec, começou em outubro e já está na fase de testes finais.

O destaque desse carrilhão, segundo informa o site da arquidiocese de São Paulo, é que cada sino possui uma nota musical exata, de maneira que é possível tocar músicas por meio de uma espécie de teclado manual ligado a martelos mecânicos. Além dessa estrutura mecânica, 35 sinos também possuem martelos eletro-mecânicos que são ligados a um teclado comum adaptado, permitindo que um organista profissional possa tocar músicas com os sinos.

Marcelo Angeli, da Santo Dia, é responsável pela parte estrutural da reforma. Sua família tem tradição de mais de 100 anos na fabricação de sinos pela Fundição Artística Paulistana (conhecida como "Sinos Angeli”). Ele explicou que os sinos passaram por limpeza, pintura, ajustes nos martelos mecânicos, reformas dos martelos eletro-mecânicos entre outros ajustes. Também foram trocados motores.
 Será colocado um painel computadorizado, menor e mais moderno que o atual, que monitorará os horários em que os sinos tocarão e as melodias programáveis. Essa parte de automação é de responsabilidade e Mário Tamura, da Belltec. Os sinos de bronze, fabricados na Holanda pela empresa “Petit & Fritsen”, chegaram ao Brasil em 1958, quatro anos após a inauguração da catedral.

O carrilhão ocupa três andares de uma das torres da catedral, a cerca de 70 metros de altura. O maior dos sinos pesa 4,7 toneladas, com um badalo de aproximadamente 70 quilos.

De acordo com o cura da catedral, cônego Walter Caldeira, a falta de manutenção periódica foi a principal causa da paralisação dos sinos. Atualmente, apenas um dos cinco sinos maiores estavam tocando.

O Cônego Walter ressalta o significado do sino para a vida da comunidade. “O sino deve tocar o coração do povo, como sinal da presença de Deus no meio do povo”, afirmou, ressaltando que é preciso que a presença de Deus seja sinalizada na cidade.

O padre ainda lembrou que o sino está mais ligado à realidade do campo, enquanto as pessoas da cidade não estão habituadas a esse costume. “Acredito que estes sinos tocando no centro da cidade irão alegrar o coração das pessoas”. A proposta é que os sinos toquem em momentos de oração, como nas horas da “Ave Maria” – 6h, 12h e 18h – e antes das celebrações, chamando o povo para a missa.