A porta-voz do grupo pró-vida espanhol Direito a Viver, Gádor Joya, solicitou à ministra de Sanidade Política Social e Igualdade, Leire Pajín, que mostre os dados de abortos do último trimestre de 2009 para comprovar a influência da dispensa livre da pílula do dia depois.

"Parece-nos impossível e irresponsável estabelecer a relação causa-efeito entre a distribuição sem receita da pílula do dia depois e a redução do numero de abortos, como tem feito a ministra (de Sanidade Política Social e Igualdade, Leire Pajín)", indicou Joya, para acrescentar que "se se atrevem a dizer isto, devem que corroborá-lo com dados".

Do mesmo modo, comparou a valoração de Pajín com a da ex-ministra Trinidad Jiménez, que, no momento da aprovação da livre oferta deste método, assinalou que deveria ser tomado de forma "excepcional".

"O que temos? É desejável que as adolescentes consumam massivamente a pílula do dia seguinte porque influi na queda do número de abortos, ou que se consuma de forma excepcional?", perguntou-se a porta-voz.

"Se se está administrando de uma forma descontrolada e maciça, reflete o fracasso das políticas de prevenção e de educação sexual", advertiu, ao mesmo tempo em que sublinhou que existem "muitos estudos científicos que confirmam que a pílula pós-coital tem um efeito anti-implantatório".

Também denunciou que aumentaram os abortos das espanholas em 2009 em quase 1.400 casos, que "cada vez são mais" as que abortam por segunda, terceira, ou quarta vez, e que a "maioria" o faz antes das 14 semanas sem recorrer a nenhuma razão.

Do mesmo modo, Joya denunciou que cresceu o número de abortos eugênicos, mas o ministério "oculta as causas e os hospitais nos que se realizam". "A pesar da ligeira queda dos abortos totais, em um contexto de diminuição global da natalidade, os eugênicos entretanto seguem aumentando", comentou.

Não obstante, destacou que "cada vez mais" mulheres grávidas estão sendo ajudadas a ter a seus filhos, "graças a entidades privadas", e que a "maioria" delas são imigrantes.

"Não é certo que tenha diminuído o número de imigrantes, mas sim que estas abortam menos porque recorrem a ajudas sociais para não abortar", explicou.