Diante da decisão do Governo boliviano de anular os passaportes diplomáticos de bispos bolivianos, o Vigário General da Arquidiocese da Santa Cruz, Pe. Robert Herman Flock, considerou que os pastores não sentirão falta destes documentos.

O sacerdote afirmou que os passaportes diplomáticos eram apenas "um carinho que gozava no passado e que agora já não existe, tampouco fará muita falta".

Em adiante, se o Arcebispo da Santa Cruz, Cardeal Julio Terrazas, "viaja a outros países, viajará com passaporte de boliviano, e com o passaporte do Estado do Vaticano", explicou o Pe. Flock.

Para o Vigário, a decisão que tomou o governo boliviano é "coerente com a mudança da Constituição, e com a visão de um Estado laico, se pensarmos no tema um pouco, o Cardeal não é representante do governo da Bolívia".

Entretanto, afirmou que embora a Igreja não seja representante oficial do governo, sim o é "dos bolivianos católicos e cristãos, que evidentemente são a grande maioria da população".

O Secretário Anexo da Conferência Episcopal Boliviana (CEB), Dom Eugenio Scarpellini, negou que a eliminação do passaporte oficial afete o "trabalho pastoral, em nosso compromisso evangelizador, com nossas paróquias e comunidades".

O governo boliviano, através do Decreto 734, eliminou o passaporte para os "líderes" da Igreja Católica como "parte de uma política de austeridade" e para "evitar um mau uso deste tipo de documentação", conforme declarou o Ministro do Governo, Sacha Llorenti.

Os opositores políticos do Presidente Evo Morais consideraram esta medida um ataque à Igreja Católica em resposta à recente denúncia do Arcebispo de Cochabamba, Dom Tito Solari, sobre o uso de menores na comercialização de drogas.