A Comissão Permanente da Conferência Episcopal Argentina (CEA), reafirmou esta quarta-feira que o diálogo é o caminho para solucionar os problemas de pobreza e violência, e assim promover o desenvolvimento e o respeito à dignidade humana.

Em um comunicado, os bispos se referiram ao conflito no parque Indo americano, que permaneceu invadido até o dia de hoje por perto de seis mil pessoas sem teto, em sua maioria imigrantes bolivianos e paraguaios.

"Faz-se patente o drama da falta de uma moradia digna, como também de gente que vive e dorme nas ruas", expressaram, ao recordar que Jesus "nasceu em uma família pobre e sem lugar entre as casas de Belém".

Os prelados advertiram que este fato mostrou "os sérios problemas que manifestam sinais de fragmentação social: a persistência da pobreza e iniqüidade, a dificuldade para o diálogo, a violência e a agressão, o desprezo aos migrantes. Esta situação se manifesta a diversas manipulações que ferem no profundo a dignidade humana e acrescentam ainda mais a injustiça".

Entretanto, advertiram que isto se estende a outras regiões do país, de onde comunidades aborígenes e camponesas "são deslocadas de seus lugares de trabalho e subsistência, e terminam engrossando os cordões de pobreza de várias cidades".

Por isso, exortaram os argentinos "e irmãos de outros países que habitam nosso chão" a reconhecer que Deus é "a garantia e a base sobre a que se constrói nossa sociedade".

"Reafirmemos o direito primário à vida, como à integridade física e moral de toda pessoa" e "recuperemos a vigência e o sentido dos valores morais como fundamento da convivência social", acrescentaram.

Finalmente pediram trabalhar "pela dignidade humana, para erradicar a pobreza e promover o desenvolvimento integral", assim como renovar o compromisso "pelo bem comum e o fortalecimento do Estado", pois "só o diálogo sincero é o caminho que nos afasta do enfrentamento e da violência".