O coordenador do Movimento Cristão Liberação (MCL), Oswaldo Payá, denunciou que o Governo comunista deteve os dissidentes José Ramón Remedio Rojas e Reinaldo Cruz Velázquez, em seu afã por paralisar o Projeto Heredia cuja finalidade é que os cubanos possam entrar e sair livremente da ilha.

Em um comunicado com data de 10 de dezembro, Payá informou que no dia anterior agentes de Segurança do Estado detiveram violentamente a Remedio Rojas e Cruz Velázquez, ambos promotores do Projeto Heredia na província de Las Tunas.

O primeiro foi capturado quando fazia fila para comprar o leite que correspondia à sua mãe anciã, enquanto que o segundo foi detido em uma parada de ônibus sem prévia explicação. Até o momento se desconhece o paradeiro de ambos.

Payá indicou que a repressão contra os ativistas do Projeto Heredia "estende-se a todo o país", pois os repressores do Governo afirmam que não permitirão esta iniciativa "embora seja um direito constitucional e humano".

O líder do MCL criticou que por um lado o Governo Castro fala de mudanças na ilha, mas por outro "atua brutalmente" contra iniciativas pelos direitos dos cubanos. Também reprovou o silêncio dos governos da Europa e da América, que não condenam os abusos da ditadura comunista.

Payá afirmou que "nem a repressão do regime, nem o abandono e a conspiração crescente da mentira, que nosso povo agora sofre, nos farão desistir da luta pela liberdade e os direitos dos cubanos".

O Projeto Heredia procura que os cubanos possam entrar e sair livremente de Cuba e "que não sigam sendo discriminados em seu próprio país".

Também conhecido como Lei de Reencontro Nacional, este projeto acabaria "com o trato humilhante e as deportações dentro de Cuba, contra os cubanos que tratam de estabelecer-se em diferentes províncias às de sua residência, para fugir da pobreza e a falta de oportunidades".