O Escritório de Imprensa da Santa Sé deu a conhecer esta manhã um comunicado no qual assinala que  a informação divulgada pelo site Wikileaks referente ao Vaticano não pode ser considerada como suas expressões ou citações precisas de seus funcionários.

O texto dado a conhecer hoje se titula "Comunicado do Escritório de Imprensa da Santa Sede a propósito da documentação do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América feita pública pelo Wikileaks".

A seguir o texto íntegro do mesmo:

"Sem entrar na avaliação da extrema gravidade da publicação de grande quantidade de documentos reservados e confidenciais, assim como suas possíveis consequências, a Sala de Imprensa da Santa Sé – diz seu diretor, Pe. Federico Lombardi, no comunicado – observa que uma parte dos documentos tornados públicos recentemente, pelo site Wikileaks, diz respeito a relatórios enviados ao Departamento de Estado dos Estados Unidos da América, pela Embaixada dos Estados Unidos junto à Santa Sé."

"Naturalmente – prossegue Pe. Lombardi – tais relatórios refletem as percepções e opiniões daqueles que os redigiram, e não podem ser considerados expressões da própria Santa Sé, nem citações precisas de palavras de seus Oficiais. A credibilidade de tais palavras deve, portanto, ser avaliada com reserva e com muita prudência, levando em consideração tais circunstâncias."

Por sua vez, o embaixador dos EUA junto à Santa Sé, Miguel H. Diaz, numa nota publicada esta manhã, condena "da maneira mais forte possível" a publicação de documentos reservados do Departamento de Estado.

A Embaixada norte-americana – lê-se na nota – "não fará nenhum comentário sobre o conteúdo ou autenticidade de tais informações". Concluindo, a nota reitera que a Embaixada dos EUA junto à Santa Sé se empenha em colaborar com o Vaticano, a fim de que "o diálogo entre credos se transforme em ação em muitas áreas, no interesse do bem comum".

O que disse a Embaixada dos EUA ante a Santa Sede

No último 3 de dezembro e em declarações ao grupo ACI, Nancy M. McNally, a assistente do programa de assuntos públicos da Secretaria de Estado para a Embaixada dos Estados Unidos ante a Santa Sé, explicou que "não podemos falar da autenticidade de qualquer um dos documentos proporcionados à imprensa" por parte de Wikileaks.

"A Embaixada condena nos termos mais enérgicos qualquer divulgação não autorizada de informação classificada que poderia ter implicações daninhas nos indivíduos mencionados e no compromisso global nas relações gerais entre nações".

McNally também se referiu ao interesse comum dos Estados Unidos e o Vaticano quanto à liberdade religiosa e a defesa dos direitos fundamentais de todas as pessoas.