Bispos e representantes cristãos se retiraram de uma conferência sobre "Co-existência e tolerância social", organizada em Erbil pelo Ministério iraquiano dos Direitos Humanos. O gesto quis ser um protesto contra mais um crime cometido contra os cristãos. A Rádio Vaticano informou que no dia anterior ao evento, registrou-se mais uma vítima cristã em Mossul, o engenheiro Fadi Walid Gabriel, de 26 anos, sírio-ortodoxo, vítima de um assassinato a sangue frio cometido por três homens.

Segundo a RV, Walid estava em sua loja, no bairro Zuhoor de Mossul, onde também era sua residência, quando três homens armados invadiram o local e sob a ameaça de armas o forçaram a sair. Levaram-no até uma loja próxima que estava vazia e o executaram a sangue frio. Com a morte de Walid Fadi aumenta para oito o número de cristãos sírios assassinados depois do massacre na Igreja de Nossa Senhora da Salvação, em Bagdá.

Em sinal de protesto contra o que parece ser uma onda de violência sem fim contra a minoria cristã, os representantes das comunidades cristãs se retiraram da conferência, organizada pelo Ministério iraquiano dos Direitos Humanos. Fontes locais disseram à Rádio Vaticano que o Bispo Afak Assadorian, Presidente do Conselho das Igrejas no Iraque deu o sinal para a retirada.

Dom Assadorian e outros bispos presentes manifestaram publicamente a sua indignação com este último ataque contra os cristãos. A sessão foi suspensa, realizou-se uma reunião de emergência para convencer a delegação cristã a voltar aos trabalhos. Foi o que ocorreu depois que a mesma recebeu a garantia de que suas reivindicações serão escritas no “Manifesto”, que será publicado no final da conferência.

Com a retomada dos trabalhos, em um breve discurso, o arcebispo caldeu de Kirkuk, Dom Louis Sako afirmou que "é nosso direito democrático pedir ao governo iraquiano e ao ministro da Defesa que imponham o seu controlo e protejam os cristãos no Iraque; deveriam proteger a todos, mas neste momento especialmente os cristãos iraquianos”.