O Relatório 2010 sobre a liberdade religiosa no mundo, elaborado pela organização internacional com sede na Alemanha, Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), uma verdadeira radiografia do estado da liberdade religiosa em 194 países do mundo, foi apresentado, como se faz a cada dois anos, esta semana em Roma.

O relatório chega à conclusão de que quase 400 milhões de fiéis no mundo são discriminados ou perseguidos por sua religião, dos quais 200 milhões são cristãos. Em 23 de novembro o relatório da AIS foi apresentado em Madrid.

O relatório indica que na Europa, os católicos não são perseguidos embora sejam objeto de deboche e gozação. Do anterior relatório, a situação não melhorou, conforme põe de manifesto esta benemérita organização que oferece ajuda a cristãos de todo o mundo, em projetos de apoio a Igrejas locais, como bolsas de estudo para sacerdotes, apóio à construção de igrejas, tradução de livros, etc.

AIS sustenta que a tendência crescente à perseguição e discriminação pela religião que se professa se deve tanto à radicalização do mundo islâmico, como à “cristãofobia”, e à facilidade com que se ridiculariza a Igreja em alguns países desenvolvidos.

Ao apresentar o relatório, Javier Menéndez Ros, diretor da AIS na Espanha, e o missionário salesiano no Paquistão, Miguel Angel Ruiz, citaram o que disse Bento XVI na véspera da beatificação do Cardeal Newman: "Em nosso tempo, o preço que deverá ser pago pela fidelidade ao Evangelho já não é ser enforcado ou esquartejado, mas sim freqüentemente implica ser excluído, ridicularizado e objeto de deboche".

O relatório analisa a situação em 194 países, com problemas em uns noventa, entre eles vários dos mais povoados do mundo: China, Índia, Indonésia, Rússia e Paquistão. A piora da situação, conforme sublinhou Menéndez, deve-se especialmente a uma maior radicalização no âmbito muçulmano, com maior fanatismo, intolerância e vexames sofridos por praticantes de outras religiões.

Os países onde maiores violações à liberdade religiosa são produzidas são a Arábia Saudita, Bangladesh, Egito, Índia, China, Uzbequistão, Eritréia, Nigéria, Vietnam, Iêmen e Coréia do Norte.

Menéndez sublinhou que "onde não existe a liberdade religiosa não existe a liberdade democrática", e recalcou "a obrigação de qualquer ser humano de respeitar o direito ao culto, a evangelizar e a viver de acordo com sua fé".

No Egito está em vigência uma lei de liberdade religiosa mas os cristãos sofrem discriminações e ataques, segundo AIS, permitidos pelo governo de Hosni Mubarak.