O Arcebispo de Havana, Cardeal Jaime Ortega, manteve nesta segunda-feira em Madrid um encontro com um grupo de antigos presos políticos cubanos que qualificou ter sido "muito positivo" e no que, principalmente, falou-se das "preocupações" que têm estes dissidentes por "seu futuro imediato na Espanha".

Na reunião participaram uns quinze cubanos, alguns dos quais chegaram recentemente à Espanha e outros já há algum tempo. "Faltaram alguns porque pela distância não puderam chegar todos", disse o Cardeal Ortega em declarações aos meios ao final da reunião.

O Arcebispo afirmou que estes antigos detentos "têm suas preocupações por seu futuro imediato aqui na Espanha, por sua condição jurídica", e também explicaram que em Cuba se ficaram alguns familiares que eles gostariam que "pudessem vir" à Espanha.

O Cardeal assinalou que o encontro foi "muito positivo", já que para ele era "muito necessário" reunir-se com eles "pessoalmente" e para eles pode ser "muito benéfico saber que esta gestão da Igreja não é mais que uma continuidade" do que esteve fazendo como resultado de sua "preocupação por todos os detentos".

"É uma gestão humanitária no sentido da caridade, do amor ao próximo. Não podemos nunca terminar a gestão e a continuamos agora encontrando-nos com eles", declarou o arcebispo.

Os onze que faltam serão liberados

Por outro lado, o Cardeal assegurou que os onze detentos políticos que foram encarcerados durante a onda repressiva da Primavera Negra (em 2003) e que ainda não foram liberados porque se negam a aceitar como condição o sair de Cuba "serão liberados".

"Não sei o tempo, realmente isso não está em minhas mãos, mas tenho a promessa clara de que serão liberados estes que ficam, para permanecer em Cuba, e alguns que querem ir aos Estados Unidos", precisou.

Um dos antigos presos que compareceu ao encontro, Juan Carlos Herrera Acosta, precisou que o Cardeal disse que eles sairão em liberdade "antes do Natal".