O autor do livro-entrevista "Luz do Mundo" com o Papa Bento XVI, Peter Seewald, considerou "ridículo" e "penoso" que grande parte da imprensa mundial se concentrou no tema dos preservativos ao abordar sua nova publicação.

Conforme informou a Rádio Vaticano, Seewald explicou na conferência de imprensa de apresentação do livro que o Papa não censurou nenhuma de suas perguntas e se mostrou como um verdadeiro homem de diálogo. O jornalista alemão assinala que encontrou no Santo Padre "um homem brilhante e dotado de uma extraordinária força intelectual, e cada vez mais espiritual, mais perto de Deus".

Sobre a polêmica em torno dos preservativos, o Arcebispo Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, assinalou que não se pode descontextualizar a passagem do livro que foi tergiversado por boa parte da imprensa, no qual ademais o Papa se expressa de forma coloquial e não magistral.

O Papa expõe no livro como exceção para o uso da camisinha o caso dos varões que se prostituem, como figura no texto original em alemão e na tradução ao inglês, que difere da que foi publicada pelo L’Osservatore Romano que em italiano usa o termo, no gênero feminino, "prostituta". A confusão se agravou quando diversos meios de comunicação difundiram este fragmento do livro fora de contexto e o apresentaram como uma mudança nos ensinos da Igreja em matéria de sexualidade.

O Arcebispo Fisichella disse sobre esta passagem do livro que o Papa responde nele "à pergunta sobre a viagem à África e sobre como a viagem foi completamente escurecida por uma única pergunta e uma só resposta sobre o uso do preservativo. Então, o Papa desenvolve um raciocínio sobre o tema da sexualidade e da corporeidade; e é dentro desta argumentação que se deve inserir o que o Papa afirma", indicou.