O monge beneditino da Abadia da Santa Cruz, D. Santiago Cantera, relatou em um vídeo exibido pela agência ACI Prensa em espanhol o processo do fechamento do Vale dos Caídos por parte do governo espanhol, cuja última manifestação de anti-catolicismo foi o pedido por parte da Federação Estatal de Foros pela Memória de explodir "pelos ares" a cruz que coroa o vale.

No vídeo colocado no Youtube, o monge diz que tudo começou com a limpeza da cúpula que tinha sido danificada por um atentado terrorista. Produto da limpeza, ficaram expostos com maior nitidez todos os elementos que conformam o mosaico, incluindo umas bandeiras do franquismo que se encontram em uma parte reduzida.

Embora essas bandeiras sempre puderam ser vistas, as autoridades disseram que "fez-se um ato de exaltação franquista". Entretanto, logo depois dos primeiros momentos, afirmaram que tudo tinha sido um mal-entendido e que não existia problema algum. Em seguida, disseram que desejavam contribuir com a restauração de todo o vale, começando pela basílica, que devia ser fechado e passar a Missa à capela do mosteiro, significativamente menor que a basílica.

Logo que os monges advertiram que a capela não podia albergar a todo o número de peregrinos, as autoridades argumentaram que o vale devia ser fechado porque poderia ser branco de um atentado terrorista.

Depois de não poder fechá-lo, o seguinte passo foi a "restauração da Piedade", onde optaram por desmantelar a escultura de Maria e não por restaurá-la no mesmo lugar. Ao final se obteve que se devolvessem as peças a seu lugar –as que formam as costas da Virgem–; entretanto, esta não ficou igual.

Nesse lapso, fechou-se o ingresso frontal e os fiéis tiveram entrar pela parte posterior.

Finalmente, desde o dia 3 de novembro, a Delegação do Governo em Madrid ordenou ao guarda civil impedir que as pessoas ingressem na basílica para participar da Missa, a menos que tivessem um passe ou salvo-conduto dado pela comunidade beneditina. Depois, monges e fiéis tiveram que celebrar a Eucaristia nos subúrbios do Vale dos Caídos.

Agora, segundo a imprensa local, o Patrimônio Nacional, a Delegação do Governo em Madrid e a comunidade beneditina, chegaram a um acordo para que se celebre a Missa das 11:00h do domingo na esplanada do pórtico e, se houver mau tempo, no saguão da Abadia.

Por sua parte, grupos esquerdistas convocados pelo Foro pela Memória da Comunidade de Madrid e do Foro Social Serra de Guadarrama, exigiram no dia 20 de novembro que se dinamitasse a cruz que coroa o Vale dos Caídos, aduzindo que se trata de um sinal "do poder franquista".

O vídeo completo pode ser visto em: http://www.youtube.com/watch?v=yxkB-1ncJ8w&feature=player_embedded#