O Arcebispo de Havana, Cardeal Jaime Ortega, reiterou esta sexta-feira às Damas de Branco o compromisso do Governo cubano para liberar os 13 presos da Primavera Negra que se negaram a abandonar a ilha, e sublinhou que segue de pé o acordo anunciado há mais de quatro meses pelo regime de Raúl Castro, que se comprometeu a liberar um total de 52 dissidentes.

A dama de branco Berta Soler, uma das participantes neste encontro com representantes da Igreja, explicou em declarações telefônicas à Europa Press que o Cardeal Ortega, "interlocutor" com o Governo, esclareceu-lhes que o compromisso "não está quebrado". "Ele nos pediu que tivéssemos um pouco de paciência e fé", explicou, confiante em que "tudo vai se resolver".

"Se esperamos há sete anos e meio, por que não esperar um pouquinho mais", acrescentou Soler.

O Governo de Raúl Castro anunciou no mês de julho deste ano a libertação de 52 presos do chamado Grupo dos 75 em um prazo de três a quatro meses. Um grupo de 13 dissidentes se negaram a abandonar Cuba, como o fizeram 39 opositores que acolheram a proposta do regime castrista. Em troca, Havana deu luz verde à saída da prisão de outros 14 reclusos que não pertencem ao coletivo da Primavera Negra.

O prazo venceu no domingo 7 de novembro sem que as autoridades da ilha tenham resolvido a situação destes 13 presos. Por este motivo, as Damas de Branco decidiram iniciar contatos com o Governo da Espanha através de sua Embaixada em Cuba e com os representantes do clero na ilha em busca de uma solução.

Um oficial do regime garantiu a um dos 13 reclusos, Diosdado González Marrero, que seriam liberados dentro de um prazo entre 15 dias e um mês, o que o levou a suspender a greve de fome que tinha iniciado em protesto por seu encarceramento.