O Pe. Ameer Gama visitou neste fim de semana os 26 sobreviventes do massacre de 31 de outubro na igreja sírio-católica de Bagdá, que chegaram sexta-feira a Roma e estão hospitalizados na Policlínica Gemelli. O testemunho do sacerdote foi divulgado pelo site Baghdadhope e reproduzido em português pela Rádio Vaticano.

“São pessoas feridas no corpo e na alma que ainda não sabem como expressar sua dor. No entanto, ainda que pareça impossível, elas me deram coragem. Deram coragem e conforto para todos nós, sacerdotes e seminaristas que hoje os encontramos”, afirmou o Pe. Gama.
“Muitos têm dito a mesma coisa: que, enquanto estavam na igreja, desejaram morrer porque o que estava acontecendo era horrível demais para suportar, mas também que seus corações viram, precisamente naquela ocasião, o bem, e o amor absoluto da fé”, declarou o sacerdote ao site Bagdahope.

A transferência dos 26 feridos à Itália ocorreu depois da solicitação do Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, e segue a de outros 37 feridos que foram levados para a França. No próximo domingo, numa iniciativa do Presidente da Conferência Episcopal Italiana, Cardeal Angelo Bagnasco, em todas as dioceses italianas se rezará pelos iraquianos perseguidos e seus perseguidores.

O ataque de 31 de outubro, entretanto, não foi o único destes anos contra os cristãos; no dia 1º de agosto de 2004 várias igrejas em Bagdá e Mossul foram atingidas. “Essas pessoas precisam ser confortadas, mas acima de tudo devem ter muita calma - concluiu sacerdote Gama falando dos feridos que chegaram a Roma -, mas são palavras que se aplicam a todos os iraquianos”.

“É necessário dar a eles tempo para curar não só o corpo, mas especialmente a alma”, afirmou o sacerdote.