San Sebastián, 5 de nov de 2010 às 11:52

O Bispo de San Sebastián, Dom José Ignacio Munilla, pediu ao Papa Bento XVI confirmar a Espanha em sua fé em sua próxima visita, porque "na Igreja Católica o Papa é quem garante nossa unidade na fé; ou dito de outra forma, é quem nos ‘confirma na fé’".

Em sua mensagem chamada "Bento, confirme-nos na fé!", Dom Munilla recordou que "antes da tripla negação de Pedro, Jesus Cristo lhe anuncia que, apesar de seu pecado e de sua debilidade, Deus segue contando com ele em seus planos, para levar adiante a tarefa de confirmar na fé a todos os fiéis".

Nesse sentido, recordou que a diferença "do princípio hermenêutico protestante da livre interpretação da Bíblia ou ‘Sola Scriptura’, os católicos recebem e interpretamos os textos bíblicos no seio da Tradição da Igreja".

"O leito pelo qual a Revelação de Deus chega até nós são duplos, tal e como ensina o Concílio Vaticano II: a Tradição e a Escritura. A interpretação autêntica da Revelação é uma missão encomendada ao Magistério da Igreja, quer dizer, ao Papa e aos bispos em comunhão com ele", explicou.

Depois de recordar que a função principal do Pontífice é "o ofício da unidade", Dom Munilla explicou que esta tarefa "não é fruto de uma estratégia humana, mas sim responde à vontade do mesmo Jesus Cristo (…); de forma que a unidade da Igreja chegue a ser um sinal que ajude a acreditar em uma humanidade dividida e fracionada".

O Bispo de San Sebastián também se referiu à autoridade do Pontífice e seu governo da Igreja. "Somos conscientes de que a autoridade do Papa não é facilmente compreendida, em um momento no qual, na nossa cultura ocidental, o princípio de autoridade padece uma crise generalizada", indicou.

Do mesmo modo, recordou que a Igreja não se deve entender "desde categorias políticas". Seu modelo de governo, explicou, "tem pouca relação com o que entendemos por ‘democracia’ ou por ‘ditadura’". "O traço principal que define a todos, incluindo o Papa, é o ‘discipulado’", indicou.

Dom Munilla agradeceu a Bento XVI "por não poupar esforço algum em sua tarefa de confirmar-nos na fé, e nosso oferecimento humilde de colaboração para que possa levar adiante a tarefa que Cristo lhe encomendou: ‘Apascenta as minhas ovelhas’".