O Papa Bento XVI expressou seus "profundos sentimentos de pêsames" pela morte de Néstor Kirchner, ex-presidente da Argentina e esposo da atual mandatária Cristina Fernández de Kirchner, ocorrida no dia de ontem pela manhã após sofrer um duplo enfarte na cidade de Calafate.

No texto divulgado hoje pela Nunciatura Apostólica na Argentina através da agência AICA, o Santo Padre assinala que "com motivo do falecimento de seu marido, o excelentíssimo senhor Néstor Kirchner, ex-presidente da República Argentina, elevo ferventes preces a Deus por seu eterno descanso e expresso profundos sentimentos de pêsames à sua excelência, seus filhos e outros familiares do defunto dignitário, assim como ao governo e ao povo dessa amada Nação argentina".

A mensagem de condolências, datado ontem, foi escrito pelo próprio Bento XVI e enviado ao Núncio Apostólico, Dom Adriano Bernardini, para que este "o transmita à sua destinatária".

Por sua parte, o Presidente da CEA e Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, celebrou uma Missa pelo eterno descanso de Kirchner ontem na Catedral desta cidade.

Em sua homilia o Cardeal disse que "hoje que devemos rezar por nosso irmão, pensemos nas mãos do Pai que o acompanharam, amaram-no, acariciaram-no e o receberam".

O Arcebispo recordou a "a mulher, os filhos, a família, que ficam entristecidos" pela morte de Kirchner.

"Neste momento pedimos ao Senhor por sua família, sua mulher, seus filhos, seus companheiros de militância. Vejo aqui vários companheiros de militância, do movimento justicialista e da CGT, assim como de seus opositores. Todos participam, de algum modo, desta morte: todos são despojados", prosseguiu.

"Este homem carregou sobre seus ombros a unção de um povo. Seria uma ingratidão muito grande que esse povo, esteja ou não de acordo, que este homem foi ungido pela vontade popular. Todo o povo tem que unir-se à oração", assinalou.

"É o povo o que tem que claudicar de toda postura antagônica para orar. Hoje estamos aqui para rezar por um homem que se chama Néstor, que foi recebido pelas mãos de Deus e que em seu momento foi ungido pelo povo", disse o Cardeal.

Ao iniciar a Eucaristia, o arcebispo rezou pela Presidenta: "concede, Senhor, à primeira mandatária Cristina, um acertado exercício de seu mandato, para que procure a paz e o bem-estar de seu povo".

A Celebração Eucarística foi concelebrada pelos Bispos Auxiliares de Buenos Aires, Dom Joaquín Sucunza e Dom Eduardo García.