Em um comunicado divulgado hoje, a Conferência Episcopal Equatoriana (CEE) reiterou seu chamado à reconciliação e ao diálogo depois dos fatos ocorridos no último 30 de setembro na capital durante as protestas da polícia e alguns setores militares que geraram uma forte crise social e política. Ante esta os bispos do Equador também pedem reforçar os laços de fraternidade e o respeito ao Estado de direito.

No texto com data de hoje os Bispos lamentam os fatos de violência daquele dia e assinalam que "não se pode justificar a insubordinação e o desrespeito à ordem constitucional, assim como tampouco a agressão ao Senhor Presidente da República. Ao contrário, acreditam que é preciso promover e respeitar sempre a legalidade democrática, as instituições e, muito principalmente, a vida e os direitos de todas as pessoas. O controle das crises e, em geral, do agir político reclamam por parte de todos atuações serenas e prudentes".

Ante esta situação, prossegue o documento, é necessário o compromisso de todos "com uma busca sincera da reconciliação e da fraternidade, do diálogo aberto e construtivo e de uma cultura da legalidade, sobre a base de nossas tradições cristãs e humanistas".

"Parece-nos fundamental nestes momentos o respeito da institucionalidade democrática por parte de todos os cidadãos e dos mesmos Poderes do Estado. A democracia adquire vigência não só pelo exercício do voto mas também, muito principalmente, pela necessária participação e acordo dos diversos agentes sociais".

Desta formam, indicam, será possível "superar uma relação de confrontação e de violência e promover, ao mesmo tempo, uma participação cidadã crítica e responsável, sem clientelismos nem exclusões".

Ao enumerar os diversos desafios da sociedade equatoriana como a luta contra a pobreza, o desemprego e a promoção do investimento, os Bispos recordam que todo este trabalho só será possível com a "presença e o compromisso, nos âmbitos políticos, comunicativos e universitários, de líderes coerentes com suas convicções éticas e religiosas".