Diante da confirmação por parte de um tribunal de Roma do seqüestro preventivo de 23 milhões de euros do Instituto de Obras para a Religião (IOR), o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, assinalou que o Vaticano defenderá vigorosamente a gestão desta instituição financeira.

Em declarações aos jornalistas depois do anúncio da confirmação da medida ordenada por um tribunal de Roma, o porta-voz vaticano disse que esta notícia "foi recebida com estupor. Acredita-se que se trata de um problema interpretativo e formal".

Por isso, disse, "os responsáveis pelo IOR consideram que poderão esclarecer todo este assunto o mais rápido possível ante as instâncias competentes".

No fim de setembro, o presidente do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o economista Ettore Gotti Tedeschi, deplorou que se use "um engano de procedimento" nesta instituição para atacar a Santa Sé com uma investigação sobre lavagem de dinheiro contra ele e o diretor geral do banco Paolo Cipriani.

Em uma entrevista publicada pelo jornal financista Il Sole 24 ore, Gotti Tedeschi declarou que "está-se usando um engano de procedimento como uma desculpa para atacar o instituto (IOR), o seu presidente, e o Vaticano em geral".

O economista disse ademais que a transação que consistia em transferir em total 23 milhões de euros, expropriados por ordem da juíza Maria Teresa Covatta, "foi uma operação normal de tesouraria e implicava uma transferência desde contas do banco do Vaticano a outras contas do banco do Vaticano".

Tedeschi explicou também que nos últimos dez meses o banco "esteve adaptando todos seus trâmites internos para estar em harmonia com os padrões de transparência internacional".