Em uma recente postagem no seu blog de análises políticas, o jornalista católico Reinaldo Azevedo realiza um comentário à carta da candidata Dilma Rousseff aos evangélicos, na qual Dilma afirma ser “pessoalmente contra o aborto” e defende “a manutenção da legislação atual sobre o assunto”. Azevedo afirma em seu artigo que “a questão em debate é a descriminação ou não da prática”, e não a postura dos candidatos. “Dilma não precisa “promover” nada. Basta que promovam por ela”, advertiu o escritor. O colunista afirma que a petista “em nenhum momento, diz, por exemplo, que vai lutar contra a descriminação do aborto”.

Segundo o blogger da Revista Veja “a defesa que Dilma fez da descriminação do aborto não é boato, é fato. Já que ela e seu partido decidiram tocar no assunto, é preciso deixar isso claro de novo. O governo, de que ela foi a grande comandante, atuou firmemente em favor da legalização da prática. Também é fato, não boato”.

Sobre a afirmação da candidata petista onde ela disse: “Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto”, o jornalista assevera que «“pessoalmente contra”, todo mundo é. Só faltava alguém ser favorável à morte dos fetos. A questão em debate é a descriminação ou não da prática».

Na sua carta, Dilma também afirma que se “eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País”. Diante disto, Reinaldo Azevedo afirma:
“É pouco. Se eleita, o governo terá ampla maioria no Congresso para votar o que quiser. Os petistas podem decidir pôr em prática as resoluções de seu 3º Congresso. A defesa da descriminação do aborto está lá, na página 82”, advertiu.

“O governo já mudou o que achava que deveria mudar no PNDH3. Paulo Vannuchi, ministro dos Direitos Humanos, já avisou que, agora, fica tudo como está. Assim, é mentira que ele esteja sendo revisto. Dilma não precisa “promover” nada. Basta que promovam por ela”, denunciou o escritor quem também afirmou que “o PNDH3 fazia a defesa explícita da legalização do aborto, agora faz a defesa oblíqua”.

Até o momento o PNDH-3, Plano Nacional dos Direitos Humanos, propõe “considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde”, por isso Azevedo alerta que
“se o aborto é apenas um problema de saúde pública, então não é um problema que diga respeito à vida do feto. Logo, tudo é possível”.

“Observem que a candidata se compromete a não “promover”. Em nenhum momento, diz, por exemplo, que vai lutar contra a descriminação do aborto”, denunciou o blogger.

“Pelo visto, a mentirinha de que o PNDH3 está sendo revisto vai passar em brancas nuvens”, concluiu Reinaldo de Azevedo em seu escrito.