VATICANO, 18 de out de 2010 às 11:58
Ao receber esta manhã as cartas credenciais do novo Embaixador de El Salvador ante a Santa Sé, Manuel Roberto López Barrera, o Papa Bento XVI recordou que "evangelizando e dando testemunho de amor a Deus e a todo homem sem exceção alguma" a Igreja Católica "converte-se em elemento eficaz para a erradicação da pobreza e em incentivo vigoroso para lutar contra a violência, a impunidade e o narcotráfico" que afeta a muitos, especialmente aos jovens.
Em seu discurso o Santo Padre ressaltou os laços que unem El Salvador com o Papa, assim como a tradição católica desta nação centro-americana o que gerou um patrimônio de valores à luz do Evangelho que constitui "uma herança que os salvadorenhos receberam como tom de glória, um caudal de sabedoria que devem nutrir para consolidar reta e ordenadamente o presente, e do qual pode-se extrair suficientes energias morais com vistas a projetar um futuro luminoso".
O Papa destacou logo que "a Igreja em El Salvador, desde sua competência específica, com independência e liberdade, busca servir a promoção do bem comum em todas suas dimensões e o fomento daquelas condições que consintam nos homens e mulheres o desenvolvimento integral de suas pessoas, impregnando para isso o contexto social com a luz que emana de sua vocação renovadora no meio do mundo".
Bento XVI se referiu logo aos cuidados da Igreja para com os doentes, os anciões, afetados pelas catástrofes naturais, os que carecem de moradia digna, e recordou que este serviço a Igreja o faz seguindo o exemplo de seu Divino Fundador, Jesus Cristo.
O Papa também explicou os nocivos efeitos das seitas, que "aparecem como uma fácil e cômoda resposta religiosa, mas que, em realidade, escavam a cultura e hábitos que, há séculos, conformaram a identidade salvadorenha, obscurecendo também a beleza da mensagem evangélica e quebrando a unidade dos fiéis em torno dos seus Pastores".
O Santo Padre ressaltou a missão da Igreja em seu afã constante de "defender a inviolável dignidade da vida humana desde sua concepção até o seu ocaso natural –tal como proclama também a Constituição do País–, o valor da família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, e o direito dos pais a educar a sua prole segundo suas próprias convicções morais e espirituais, cria um clima no qual o verdadeiro espírito religioso se funde com o denodo por alcançar metas cada vez mais altas de bem-estar e progresso, abrindo à Nação a um amplo horizonte de esperanças".
Neste caminho de regresso à paz no qual a Igreja sempre está disposta a ajudar para fazer de todo salvadorenho um "artífice reconciliação", continuou, é importante que o Estado seja "um firme protetor através de disposições jurídicas, econômicas e sociais pertinentes, assim como de umas adequadas Forças e Corpos de Polícia e Segurança, que velem no marco da legalidade pelo bem-estar da população".
"A Nossa Senhora da Paz, celestial Padroeira de El Salvador, encomendo as preocupações e desafios de ordem pessoal, familiar e público de seus concidadãos", concluiu.