Neste domingo, milhares de fiéis e peregrinos, provenientes, em particular, da Espanha, Polônia, Canadá, Austrália e Itália, se reuniram na Praça São Pedro, para participar da missa presidida por Bento XVI, na qual proclamou seis novos santos. Na ocasião Bento XVI recordou que “Deus é a generosidade em pessoa, é misericordioso, e, consequentemente, está sempre disposto a ouvir as orações. Portanto, jamais devemos nos desesperar, mas insistir sempre na oração”.

Segundo a informação divulgada pela Rádio Vaticano, os novos santos são a Madre Mary MacKillop, australiana, fundadora da Congregação das Irmãs de São José do Sagrado Coração; o polonês Stanislaw Kazimierczyk, sacerdote da Ordem dos Cônegos Regulares Lateranenses; o canadense André Alfred Bessette, religioso; a espanhola Cândida Maria de Jesus, que se empenhou na formação cristã das crianças e fundou a Congregação das Filhas de Jesus; a religiosa italiana Giulia Salzano, fundadora das Irmãs Catequistas do Sagrado Coração; e a italiana Battista Camilla de Varano, monja clarissa, autora de vários textos de literatura mística.

O Papa iniciou sua homilia afirmando que "Renova-se hoje, na Praça São Pedro, a festa da santidade”, dando, em seguida, as boas-vindas aos presentes, muitos dos quais provenientes de muito longe.
Partindo da liturgia deste XXIX Domingo do Tempo Comum, o Santo Padre observou que ela nos oferece um ensinamento fundamental: a necessidade de rezar sempre, sem cansar-se.

Em seguida, o Papa fez observou que “às vezes nos cansamos de rezar, temos a impressão de que a oração não é tão útil para a vida, de que ela é pouco eficaz. Por isso, somos tentados a dedicar-nos à atividade, a empregar todos os meios humanos para alcançar os nossos objetivos, e não recorremos a Deus. Jesus, ao invés, afirma que é preciso rezar sempre, e o faz através de uma parábola específica”.
 
Essa parábola do juiz insensato e a insistente viúva, que pede-lhe com insistência que lhe faça justiça, a ponto de tornar-se inoportuna, O Papa recorda o ensinamento de Jesus que afirma que “se um juiz desonesto se deixa vencer pela insistência de uma viúva, fará muito mais Deus que é bom, pois atenderá quem o invoca”.

"De fato, Deus é a generosidade em pessoa, é misericordioso, e, conseqüentemente, está sempre disposto a ouvir as orações. Portanto, jamais devemos nos desesperar, mas insistir sempre na oração", alentou o Santo Padre.

"A fé é essencial como atitude de base da oração. Foi o que fizeram os seis novos Santos que hoje são propostos à veneração da Igreja presente no mundo inteiro", recordou o Papa na nota divulgada pela RV.
Em seguida – como faz habitualmente na homilia das missas de canonização – o Santo Padre falou do perfil de santidade de cada um deles:

"Santo Stanislaw Kazimierczyk, religioso polonês do Séc. XV, uniu toda a sua vida à Eucaristia. A comunhão foi-lhe "fonte e sinal" da prática do amor ao próximo”, afirmou o Papa.
Sobre o Frei André Bassette, originário do Québec, no Canadá, e religioso da Congregação da Santa Cruz, que conheceu sofrimento e pobreza Bento Xvi sublinhou que “viveu a fé como escolha de "colocar-se livremente, e por amor, à disposição da vontade de Deus"”.

Sobre a Madre Cândida Maria de Jesus, espanhola, o Papa destacou que "com a orientação de seus padres espirituais jesuítas escolheu viver somente para o Senhor".

"O corajoso e santo exemplo de zelo, perseverança e oração" da australiana Madre Mary McKillop, levou-a a dedicar-se, desde jovem, à educação dos pobres", disse o Pontífice.

Depois, o pensamento do Papa voltou-se para Giulia Salzano, professora do primário na segunda metade do Séc. XIX, na Campania, região do sul da Itália: "Madre Giulia compreendeu bem a importância da catequese na Igreja", destacou.

Finalmente referindo-se a Battista Camilla Varano, monja clarissa do Séc. XV que testemunhou plenamente o sentido evangélico da vida, especialmente perseverando na oração, o Papa disse: "Num tempo em que a Igreja sofria um descuido dos costumes, ela percorreu com decisão o caminho da penitência e da oração, animada pelo ardente desejo de renovação do Corpo místico de Cristo."

Ao término da solene celebração, Bento XVI rezou a oração mariana do Ângelus e renovou a saudação aos fiéis e peregrinos presentes para a canonização falando a eles em diversas línguas. O Santo Padre concluiu a celebração concedendo a todos a sua Bênção apostólica.