O Bispo de Tombura-Yambio (norte do Sudão), Dom Eduardo Hiiboro, denunciou ante a organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) a tentativa de assassinato contra o Arcebispo de Khartoum, Cardeal Gabriel Zubeir Wako.

John Pontifex da AIS escreve um artigo no qual assinala que este fato poderia estar relacionado com a campanha de intimidação contra os cristãos ante o referendum de 9 de janeiro que decidirá se a região do sul deste país africano se independiza ou se mantém unida ao norte.

O Bispo deu estas declarações três dias depois de que um homem se lançou sobre o Cardeal Zubeir Wako com uma adaga na mão em uma Missa ao ar livre em Khartoum, celebrada pelo aniversário da morte do Padroeiro do Sudão, São Daniel Comboni. O "mestre de cerimônias" do Cardeal, Barnaba Matnec Anei, correu até onde estava o desconhecido, o deteve e o entregou à polícia.

Dom Eduardo Hiiboro disse também que "não sabemos se o homem armado estava atuando sozinho ou se outros estavam envolvidos mas poderia ser possível que isto fosse parte de uma campanha mais ampla de intimidação contra a Igreja, e o momento do ataque foi muito específico".

"Para os extremistas seria algo bom matar a um líder como o Cardeal. Foi alvo muitas vezes mas sempre manteve uma fé forte. Ele é um homem muito forte", acrescentou.

O Prelado disse que "estes extremistas parece que queriam enviar um sinal à ampla comunidade Cristã –especialmente aos sulinos vivem no norte– advertindo-lhes que a Igreja não pode converter-se em um ponto de dissensão no próximo referendum".

John Pontifex da AIS assinala que o Bispo, que está em Londres para diversos eventos desta organização, disse que a decisão pela unidade ou a separação no referendum deve "ser fundadas na liberdade de consciência" e que o governo assinalou que os cristãos que querem votar pela separação correm o perigo da perseguição.

Em uma declaração da terça-feira 12 de outubro o Presidente Bashir disse que seu regime "não aceitará uma alternativa distinta à unidade".

Dom Hiiboro recordou a respeito que com antecedência o mandatário tinha assinalado que aceitaria o resultado do referendum qualquer que seja. "Estamos assustados pelo que poderia passar, precisamos trabalhar pela paz e evitar o conflito o máximo possível", acrescentou.