Peter Jacob, Secretário da Comissão "Justiça e Paz" do Episcopado do Paquistão, assinalou que chegou o momento de que o Governo admita, condene e combata as discriminações que sofrem os danificados que pertencem a minorias religiosas ao momento de repartir as ajudas.

"Temos testemunhas oculares. O fato é que a sociedade paquistanesa está dividida no sentido vertical entre ricos e pobres, e em sentido horizontal entre as distintas comunidades religiosas", expressou Jacob, a pesar de que Ministro Federal para as Minorias Religiosas, Shahbaz Bhatti, tenha negado que exista esta discriminação.

"Estas divisões se refletem também na formação dos campos de refugiados e nos mesmos acampamentos espontâneos: os deslocado se reúnem por comunidades e muitas vezes a ajuda é seletiva", acrescentou em suas declarações à agência vaticana Fides.

Por sua parte, Dom Lawrence Saldanha, chefe da Comissão e Presidente do Episcopado pakistaní, também disse à Fides que receberam "numerosos informes e testemunhos diretos sobre a discriminação contra as minorias religiosas. Também a imprensa está falando do tema. É um fato que nos corresponde e nos preocupa".

Jacob pediu ao Governo "lutar junto conosco contra esta discriminação". Afirmou que esta tragédia se pode converter "em uma oportunidade para contrastar eficazmente as divisões normalmente existentes na sociedade".

Indicou que ao início o exército fez um bom trabalho "ajudando a todos sem distinções". "Neste momento a ajuda oficial chega só aos campos de refugiados já organizados, enquanto que milhares de deslocados, sobre tudo pobres das áreas rurais e das zonas mais afastadas, não recebem nenhuma assistência", explicou, ao indicar que estas pessoas pertencem principalmente às minorias cristãs e hindus.

Entretanto, Fides também informou sobre outra discriminação contra as minorias religiosas. Trata-se da separação das águas realizada por alguns latifundiários e que está ferindo povos pobres das zonas rurais com freqüência pertencentes às minorias religiosas.

Indicou que o Primeiro-ministro de Punjab, Shahbaz Sharif, anunciou a criação de uma comissão jurídica para investigar estes fatos, pelo menos os ocorridos nesta província.

"A pressão da sociedade civil conseguiram exigir um esclarecimento e uma investigação institucional para estes graves fatos. Esperamos com confiança o trabalho e os resultados da investigação" declarou Jacob.