Em um recente artigo publicado na página da Arquidiocese de Belo Horizonte que leva por título “Lupa Eleitoral”, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, destaca que não basta que um candidato prometa «que vai fazer ou dizer que já fez. Os eleitores, particularmente aqueles que iluminam a sua cidadania com a vivência e a confissão de sua fé cristã, estão convocando, com uma força considerável, toda a sociedade para que use a lupa eleitoral que mostra se o candidato tem cacife moral para a representação a que se propõe».

Ao inicio da sua reflexão, Dom Azevedo afirma que «as eleições deste ano têm sido precedidas de um processo de campanha que aponta direções diferentes e mais abrangentes do que apenas o horizonte traçado pelos tradicionais discursos eleitorais e pelos personagens idealizados pelos marqueteiros no horário eleitoral das tevês. Sem dúvida, é mais um passo, ainda que não seja aquele ideal, fruto da tão esperada e retardada reforma política. É um progresso no amadurecimento da consciência social e política da sociedade brasileira».

O Prelado destaca que este ano, os eleitores estão se posicionando mais. «Este movimento precisa crescer», animou o arcebispo.
«O uso da internet passa a ser uma ferramenta importante para que a campanha eleitoral não tenha apenas o tom dos interesses dos  candidatos, ou somente pelos partidos no limite próprio de sua ideologia e propostas», acrescentou Dom Walmor.
 
«As eleições deste ano estão levantando, como lupa eleitoral, não apenas os feitos do candidato, mas, sobretudo, sua envergadura moral sustentada por valores irrenunciáveis quando se trata de escolher alguém para representar o povo e governar o Estado. Não basta prometer que vai fazer ou dizer que já fez. Os eleitores, particularmente aqueles que iluminam a sua cidadania com a vivência e a confissão de sua fé cristã, estão convocando, com uma força considerável, toda a sociedade para que use a lupa eleitoral que mostra se o candidato tem cacife moral para a representação a que se propõe. Isto é, se sua conduta moral é pautada no espírito de serviço, pelas virtudes da caridade, da modéstia, da moderação. Mas, em especial, se o candidato norteia sua vida e suas decisões no respeito à vida, em todas as suas etapas, desde a fecundação até o declínio natural - se é, portanto, clara e comprovadamente contra o aborto e se não tem propensão para autoritarismos ideológicos (...)».
 
«A envergadura moral, e não apenas a competência administrativa, está se tornando cada vez mais decisiva para quem usa a lupa eleitoral. Os responsáveis por este movimento são os eleitores que estão se deixando mover por sua fé cristã, emoldurada e alavancada por valores que não podem ser negociados e que têm força para decidir rumos outros nestas eleições. Este fenômeno precisa ser considerado e está na contramão do entendimento tacanho que considera que o Estado é laico e, portanto, a religião não conta e a fé não pode ser tomada como elemento decisivo na organização, no funcionamento do Estado, e na escolha daqueles que ocuparão cargos no Executivo ou no Legislativo.
 
«A lupa eleitoral deve ser usada por toda a sociedade, especialmente por aqueles que professam a fé cristã, com uma força diferente e qualificada - fora do contexto puramente partidário. Os cristãos estão instituindo e mostrando o quanto é decisiva a envergadura moral do candidato, avaliando os valores que definem seus juízos, critérios e suas opções políticas. É hora de mudar os rumos com a lupa eleitoral tecida pelos valores cristãos», conclui o Arcebispo da capital mineira.

Para ler o artigo na íntegra visite:
http://www.arquidiocesebh.org.br/site/artigoArcebispo.php?id_artigoArcebispo=1158