Nas últimas décadas, os grupos abortistas apresentaram o aborto clandestino como uma das principais causa de mortalidade materna nos países onde esta prática não é legal. Entretanto, uma equipe da Universidade do Chile poderia derrubar este "vínculo" com um estudo sobre o êxito chileno na redução das mortes maternas com políticas que não incluíram despenalizar o aborto.

Conforme informaram vários meios nacionais, o Departamento de Atenção Primária e Saúde Familiar (APSF) da Faculdade de Medicina da Universidade do Chile obteve um fundo de 120 mil dólares para estudar durante os próximos dois anos a história da mortalidade materna no Chile.

O estudo incluirá os limites históricos, sociais e econômicos mais significativos acontecidos entre 1909 e 2007 que determinaram que o Chile tivesse uma mortalidade materna similar à que foi registrada nos países desenvolvidos.

O projeto é dirigido pelo Dr. Elard Koch e tem como Co-investigador o doutor John Thorpe da Universidade de North Carolina, nos Estados Unidos, e uma equipe multidisciplinar de profissionais do departamento do APSF.

"Vamos fazer uma linha do tempo que começará no ano 1909 e culminará no 2007, isso nos permitirá determinar os principais fatores vinculados com a redução ou incremento da mortalidade materna no Chile que, atualmente, é de 18 mulheres por cada 100 mil nascidos vivos, uma cifra própria de um país desenvolvido", explicou Koch.

No Chile, durante a gravidez ou parto, falecem 45 mulheres por ano. "Nosso país é um caso único, uma experiência natural muito interessante porque, por um lado, contamos com estatísticas vitais e sociais de boa qualidade que nos permitem reconstruir a história em números e, por outra, conseguimos cumprir uma das metas do milênio propostas pela ONU: reduzir a mortalidade materna em 75 por cento entre os anos 1990 e 2015", explicou.

Entre 1960 e 2007 o Chile diminuiu a mortalidade materna em 97 por cento. Koch foi convidado a expor o caso chileno nas reuniões prévias à Cúpula Mundial sobre o Objetivo e Desenvolvimento do Milênio que coordenará a ONU no próximo dia 15 de setembro.

"Será uma grande honra expor o êxito chileno centrado na redução do analfabetismo, no incremento da educação média da mulher, a atenção pré-natal precoce e a assistência profissional do parto. Estes foram os elementos chave para promover a gravidez segura", explicou Koch.