Anila Gill, Secretária Executiva da Cáritas Paquistão, denunciou que existem especulação, corrupção e falsas ONGs "que pretendem aproveitar-se da tragédia para desviar recursos" enquanto a entidade católica se esforça por difundir esperança entre a população.

"A credibilidade da Cáritas é clara e indiscutível, ainda em um país majoritariamente muçulmano como o Paquistão. Nestes dias também os meios de comunicação e as instituições expressaram seu apoio e confiança em nosso trabalho", expressou à agência Fides.
Gill disse que não se sabe quando acabará o trabalho como resultado das inundações. Ela indicou que a instituição está pronta a responder à emergência alimentar e sanitária em cinco dioceses. Entretanto, alertou que o inverno está por começar.

"As pessoas deveriam começar a retornar aos seus povoados, mas as casas foram destruídas. Trata-se portanto de contribuir à reconstrução de casas e de infra-estrutura, especialmente em favor dos mais pobres. Confiamos na ajuda de toda a comunidade católica no mundo", indicou.

Em outro momento da entrevista, Gill assinalou que devido a um aspecto cultural se necessitam mais médicas mulheres, por isso chamou as profissionais na saúde a sair em ajuda das mulheres paquistanesas.

"Na tragédia dos refugiados as mulheres são as vítimas mais fracas. O perigo de enfermidades epidêmicas cresce. As mulheres que se adoecem muitas vezes não são levadas onde estão os médicos e não podem ter acesso a esta atenção por motivos culturais: segundo a tradição e a prática local deveriam ser atendidas só por médicos de sexo feminino", relatou.

Gill disse que "a pesar do esforço de muitas organizações locais e internacionais no setor da saúde, as doutoras mulheres são pouquíssimas. Assim, muitas mulheres não são atendidas. Fazemos um chamado às médicas mulheres em todo mundo: devem ajudar as mulheres no Paquistão".