O secretário do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes afirma que ainda hoje os ciganos "vivem fugindo daqueles que os perseguem"

O secretário do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes do Vaticano, Dom Agostino Marchetto, recordou que os ciganos "também foram vítimas de um holocausto" e que ainda hoje " vivem fugindo daqueles que os perseguem".

Em declarações à I.Media, agência francesa especializada no Vaticano, e recolhidas pelos meios italianos, Dom Marchetto tornou a criticar com dureza a decisão tomada pelo Governo de Nicolas Sarkozy, que está expulsando da França aos ciganos procedentes dos países do Leste.

Respeitar as diferenças

A Igreja "não é de direitas nem de esquerdas" nem tampouco quer entrar em "discussões políticas", mas pretende unicamente deixar claro qual é seu ponto de vista no que se refere "à defesa dos direitos humanos e da dignidade das pessoas".

"Quando ocorrem expulsões, dá-se lugar a sofrimentos e eu não posso estar contente com o sofrimento destas pessoas, particularmente, quando se trata de pessoas fracas e pobres que são perseguidas, que também foram vítimas de um holocausto e que vivem fugindo daqueles que os perseguem", explicou o arcebispo.

A Igreja católica deixou clara sua posição contrária às expulsões dos ciganos de seu território desde o primeiro momento em que o Governo francês começou a realizá-las. De fato, este domingo, foi o mesmo Papa quem criticou a medida, lançando uma chamada a respeitar e acolher "as legítimas diferenças" entre as pessoas.