Este domingo Reina Luisa Tamayo, a mãe do falecido preso de consciência Orlando Zapata Tamayo, agradeceu à Igreja em Cuba por sua mediação para que cessasse a perseguição de parte do governo da qual ela era vítima após da morte de seu filho há seis meses logo depois de uma greve de fome de 85 dias.

Em comunicação telefônica com a agência AFP, a senhora Tamayo disse que "agradeço à voz do mundo e à Igreja cubana que elevou sua voz para rejeitar as perseguições a esta mãe".

Também indicou que, no município de Banes, província de Holguín (760 km ao nordeste de Havana) "hoje junto com os irmãos opositores puderam partir até a Igreja de Nossa Senhora da Caridade de Banes e logo fomos ao cemitério a colocar flores para Zapata, sem assédios".

"Deus queira que isto seja o fim da perseguição", acrescentou.

Em diversas ocasiões, Reina Luisa Tamayo elevou sua voz de protesta porque as autoridades cubanas não a permitiam ir à Missa nem ao cemitério junto com outros dissidentes, mas só com a sua família, e os partidários do governo que a perseguiam durante as caminhadas que realiza regularmente em memória de seu filho falecido no dia 23 de fevereiro.

A perseguição foi denunciada por diversos ativistas, entre os quais se encontra Oswaldo Payá, líder do Movimento Cristão Liberação e por outros grupos internacionais.

O Arcebispo de Havana, Cardeal Jaime Ortega, recebeu na sexta-feira a um grupo de quatro Damas de Branco (esposas e familiares dos detentos de consciência que protestam pacificamente) a quem assegurou que fará "todo" o possível para que terminem as perseguições.

Depois de ir a Missa este domingo na Igreja Santa Rita, em Havana, a líder das Damas de Branco, Laura Pollán, disse aos jornalistas que tinha a notícia de que Reina Tamayo "tinha podido" ir à Igreja e ao cemitério "sem ser reprimida e sem receber maus tratos nem ofensas".

"Podemos dar graças a todos os governos, a todas as organizações não governamentais e à Igreja que fizeram possível cessar esta perseguição", disse Pollán.