Logo depois da aprovação por parte da Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN) do México para que os casais do mesmo sexo possam adotar menores, o Instituto Mexicano de Orientação Sexual (IMOS) assinalou ontem que este tribunal tomou uma decisão que vai em contra do bem-estar dos crianças. Com isto, explica, ignorou-se o direito dos pequenos a ter uma mãe e um padre.

O presidente do IMOS, Oscar Rivas, disse também que sua instituição respeita a decisão mas não a compartilha porque com isso se constitui um alto fator de risco para os crianças. Também recordou que uma ampla maioria da sociedade está convencida de que o matrimônio está conformado unicamente por um homem e uma mulher sobre quem se funda a família e portanto a sociedade.

Rivas alertou também que a decisão da SCJN não considera o mandato do artigo 4 da Constituição que exige privilegiar o bem superior do menor e que com esta decisão o Estado pretende experimentar com as crianças passíveis de adoção por parte de homossexuais.

O IMOS, assinala o diário Milenio, reitera que a adoção de meninas e meninos no México por parte de um casal homossexual, representa um fator de alto risco, conforme o assinalam estudos científicos representativos do Brasil, Holanda, Noruega, Inglaterra, Estados Unidos, Nova Zelândia, França e Austrália que concluem com suficiente claridade, que as pessoas com condutas homossexuais configuram "um perfil de risco" em contra do bem-estar dos crianças adotadas.

Rivas disse também que em comparação com as pessoas heterossexuais, os homossexuais apresentam maiores problemas como tentativas reais de suicídio, depressão e consumo de substâncias aditivas; são mais propensos a desenvolver condutas de risco em matéria de enfermidades de transmissão sexual e têm uma tendência significativamente maior a sofrer violência em sua vida de casal.

Finalmente Oscar Rivas exortou aos governos dos 24 estados onde legalmente existe um reconhecimento ao matrimônio entre homem e mulher (22 códigos civis e 2 constituições) a que reforcem sua legislação em benefício e amparo das crianças que podem ser dadas em adoção.

Por outro lado, no fim de semana o Cardeal Juan Sandoval Íñiguez, pôs em dúvida a retidão de intenção dos ministros da corte ao assinalar que "eu acredito que (os juízes) não chegam a essas conclusões tão absurdas que vão em contra do sentimento do povo do México se não for por motivos muito grandes. E o motivo muito grande pode ser o dinheiro que lhes dão".

Para o Cardeal, a adoção homossexual constitui "uma aberração" e questionou logo aos jornalistas presentes: "vocês gostariam de ser adotados por um casal de gays ou de lésbicas?"

"Entretanto, estas são propostas do PRD, mas não só no México; está Zapatero na Espanha ou na Itália também há gente que quer propor tudo isso contra a família", acrescentou

Para o Arcebispo de Guadalajara, "A Suprema Corte é a suprema decepção, porque não sabem aonde ir, porque um após o outro dos seus ditames foram equivocados e contra a verdade e contra o México e a família".

O Cardeal disse além que "vocês sabem que há dois sexos nas plantas, nos animais dois sexos e no ser humano dois sexos, então isso é o natural e não se deve ir contra a natureza".