O Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, denunciou que a Guia Técnica elaborada pelo Ministério de Saúde está propondo o aborto como um direito, introduzindo a mentalidade abortista na Argentina de acordo a um projeto internacional.

Durante o programa televisivo Chaves para um Mundo Melhor, o Prelado se referiu à recente guia elaborada por técnicos do Ministério da Saúde argentino que, apesar da distância que tomou o ministro Juan Manzur, segue vigente.

Dom Aguer indicou que esta iniciativa responde a um plano progressivo que se iniciou com o Plano Nacional contra a Discriminação e o decreto 1086 do ano 2005. "Ali o aborto é incluído entre esses fatos que não devem ser objeto de discriminação. Estariam discriminando a mulher se alguém ‘a obrigasse’ a ter seu filho", explicou.

Entretanto, o Prelado foi mais adiante e denunciou que essa decisão presidencial de 2005 "não é um invento argentino, mas a versão servil de um projeto global de imposição de novos paradigmas, que se propõe a afiançar no mundo a ditadura do relativismo".

"Isto é que tudo vale igual, que não há distinção do bem e do mal por referência à natureza humana. E em nome de uma espécie de religião secular dos direitos humanos se nega o direito fundamental à vida, sem o qual todos os outros direitos se derrubam. O que até agora constituía um delito passa a ser um direito", advertiu.

Nesse sentido, Dom Aguer explicou que a guia "permite interpretar o Código Penal da Nação, porque pretende estender as duas desculpas absolutórias que se encontram no artigo 86", que considera o aborto um delito, não o castiga "quando a gravidez, e o conseguinte aborto, ocorreu por causa da violação de uma mulher deficiente mental, ou quando houve perigo para a vida da mulher grávida".

Isto, advertiu, é propor o aborto como um direito, especialmente da mulher, já que o texto é apresentado como "Cumprimento efetivo dos Direitos Sexuais e Reprodutivos"; e onde se descrevem "os cruéis métodos que podem ser empregados para assassinar crianças de 12 e até mais semanas de gestação".

Dom Aguer exortou os argentinos a estarem alertas porque "no Congresso da Nação, como é sabido, renovam-se periodicamente vários projetos que estão na mesma linha, para introduzir o aborto, que terminará sendo generalizado, a partir desta extensão das desculpas absolutórias do Código Penal".