O Bispo Auxiliar de Santiago (Chile) e perito em temas de bioética, Dom Fernando Chomalí, explicou em uma conferência pronunciada no México em um evento organizado pelo Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) a urgente necessidade de defender a vida, o matrimônio e a família no continente; tanto desde o âmbito pastoral como no político para promover legislações que defendam estes valores inegociáveis que sustentam a dignidade de todo ser humano.

Em sua conferência titulada "Propostas para atualizar a mensagem cristã nos temas vinculados à vida, o matrimônio e a família em perspectivas de linhas de ação", dentro do seminário "Políticas de saúde reprodutiva e de educação sexual. Direitos e deveres dos pais de família", o Prelado explicou que "em nível das ciências em geral, e médicas em particular, deve-se priorizar a centralidade da pessoa humana e não os interesses econômicos, políticos, ou sociais. Também é importante a defesa incondicional da vida humana, o que implica a proibição de qualquer atentado contra a vida humana, o cuidado da saúde e o acesso a ela de todos os seres humanos de acordo às suas necessidades".

"O direito à saúde não pode ser entendido no sentido hedonístico e que implica ações que não são estritamente terapêuticas com um alto custo enquanto os mais não têm as prestações em cuidados elementares. O direito à saúde tampouco deve ser entendido no sentido que eu possa atentar contra minha vida (eutanásia) ou a dos outros (aborto eugênico e terapêutico) segundo a lógica de que a ‘qualidade da vida prevalece por cima da sacralidade da vida’", explicou.

Depois de referir-se à necessidade de promover uma cultura mais humana, o Prelado indicou que no nível pastoral é necessário anunciar o Evangelho da Vida. "Isso obriga a reconhecer em cada atentado contra a vida um pecado contra Deus. Isso implica levar todos os homens a reconhecerem somente a Deus como o único dono da vida e da morte e que os homens exercem unicamente uma diaconia, quer dizer um serviço para ela".

Quanto às ações na política, o Prelado ressaltou a urgência de "convidar os políticos católicos a obedecerem a Deus antes que aos homens; exigir que o Estado ou organismos supranacionais não imponha uma concepção ética e antropológica; e, por outro lado promover uma lei civil que assegure o bem comum mediante o reconhecimento e defesa dos direitos fundamentais das pessoas, começando pelo direito à vida".

Também é necessário, concluiu, "recordar que os preceitos negativos como o não matarás têm um valor absoluto. Mas sobre tudo deve levar a promover a vida através de leis justas e concordantes com a dignidade da pessoa humana".