O núncio apostólico no Haiti, anunciou que a reconstrução das igrejas destruídas pelo terremoto de janeiro deve começar no próximo ano. No entanto, ele enfatizou que a primeira prioridade da Igreja é ajudar as vítimas do desastre em uma situação "caótica e dificultada ainda mais pela corrupção e egoísmo”.

Arcebispo Bernardito Auza falou sobre o trabalho assistencial no Haiti durante uma visita à sede internacional da associação católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) na Alemanha.

"Antes de tudo temos que cuidar dos fiéis, e depois cuidar das igrejas, que devem ser construídas estruturalmente melhor e mais seguro", comentou. Estima-se que 70 por cento dos edifícios da capital haitiana de Porto Príncipe foram devastadas pelo terremoto de 12 de janeiro.

Agradecendo a entidade pelo o seu apoio em desastres e pela sua promessa de apoiar a reconstrução da igreja e os programas educativos, o Arcebispo Auza explicou a situação no Haiti.

"As pessoas ainda estão traumatizadas. As paróquias foram espalhadas, e mais da metade das igrejas estão destruídas", disse.

Organizações Paroquiais construídas ao longo de décadas, foram dissolvidas após a catástrofe. Embora se esteja prestando ajuda, ele disse que a situação ainda é "caótica" em entrevista a AIS News.
"As pessoas simplesmente foram dispersas. Alguns vivem agora em campos, enquanto outros se mudaram para as províncias. Outros ainda chegam à cidade em busca de trabalho", acrescentou.

As escolas vão ser uma prioridade na reconstrução, disse o núncio, esta é uma área onde a Igreja leva suas responsabilidades "muito a sério." A Igreja oferece mais da metade das escolas do Haiti e de acordo com o arcebispo estas são melhores do que as escolas estaduais.

"Para a Igreja Católica, a educação e uma educação cristã são a chave para o verdadeiro desenvolvimento do país", comentou, lamentando a falta de verbas para edifícios educacionais e de pessoal.

O Arcebispo Auza disse ainda que a falta de avances na reconstrução não se deve apenas à falta de infra-estrutura e ao colapso da administração pública, mas também a uma corrupção generalizada. A mentalidade egoísta ainda prevalece, relatou.

O núncio agradeceu à AIS pela sua assistência "indispensável" no apoio ao trabalho pastoral no Haiti, dizendo que esse trabalho é necessário para colocar as pessoas "de pé outra vez."
A AIS já recebeu mais de 5.1 milhões de dólares em doações para o Haiti.