O encarregado do serviço Internet no Vaticano, Dom Lucio Adrián Ruiz, explica que a página web www.vatican.va é fundamentalmente um espaço evangelizador, e explica alguns dos seus projetos como a melhora gráfica e estrutural do site, a idéia de pôr à disposição dos usuários os conteúdos em russo e árabe; e relata como se dirige o tema dos ataques informáticos.

Em entrevista concedida ao L’Osservatore Romano, o sacerdote argentino especializado em temas de Internet explica que os diversos web sites com os que conta o Vaticano –os que têm a extensão .va– procuram mostrar toda a mensagem da Igreja, especialmente pela importância que o Papa Bento XVI dá ao serviço evangelizador dos meios digitais.

Dom Ruiz explica também que dentro de pouco diversos dicastérios terão seu próprio Web site e apresenta as idéias fundamentais que guiam a melhora estrutural e gráfica do site do vaticano, que "será um processo longo porque o vatican.va tem 500 mil páginas internas, quer dizer meio milhão".

"Para iniciar este processo nós nos fizemos duas perguntas: A primeira: como fazer que o Papa viva na rede, quer dizer como fazer presente seu ministério petrino na era digital. A segunda: como aprofundar o conhecimento da rede, de sua linguagem e sua cultura, para dar respostas adequadas, como pediu Bento XVI em sua mensagem para a Jornada das Comunicações Sociais de 2010".

Depois de recordar que desde 2009 o www.vatican.va insere os vídeos do Centro Televisivo Vaticano, o sacerdote argentino explica que "estamos por ampliar a seção dos pontífices, incluindo todos os sucessores de Pedro procurando colocar para cada um os documentos principais para poder ter uma vinculação no magistério pontifício online. Logo será publicada uma relação das intervenções ligadas à atividade diplomática da Santa Sé. Estão preparados alguns documentos novos em chinês. E estamos trabalhando em um arquivo de vídeos do Papa".

Dom Ruiz indica logo que o site vaticano recebe uns três milhões de cliques diários e precisa que os dez primeiros lugares do ranking dos países de onde acessam os usuários correspondem aos Estados Unidos, Itália, Espanha, Alemanha, Brasil, Coréia do Sul, México, Canadá, França e China. Estes usuários movem o tráfico em maior número entre as 15:00h e a meia-noite, hora de Roma.

O encarregado do serviço de Internet no Vaticano comenta também o tema dos ataques informáticos e assinala que "houve vários ao longo dos anos, por não falar dos ataques cotidianos de diversas entidades". "Sempre houve uma boa relação com a Interpol, com a polícia de telecomunicações e a inteligência italiana que nos ajudam em nossa atenta análise cotidiana e o cuidado de nossos sistemas", acrescenta.

"Como todos os grandes sistemas são objeto do apetite dos ‘piratas’ ou dos profissionais. Devemos estar sempre atentos e seguir o desenvolvimento dos assuntos da segurança informática", ressalta.

Dom Ruiz indica que são 21 pessoas as que trabalham nos serviços de Internet no Vaticano em duas áreas: o aspecto tecnológico e o de conteúdos. Todos seus membros, conclui, "têm a consciência de ser parte de um só corpo e esta unidade cria uma força sinérgica não só de ajuda recíproca mas também, sobre tudo, de estudo e compreensão da maior missão que deve cumprir a Igreja, a de levar a pessoa, a presença do Papa, no mundo de Internet, ‘até os limites da terra’".