O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, informou ao Cardeal Dom Euzébio Scheid que cancelou a distribuição da  "pílula do dia seguinte" em toda o município.

A decisão foi tomada depois da publicação de uma nota da Arquidiocese do Rio. O documento, assinado por dois bispos auxiliares, qualificou o medicamento de abortivo, por atuar depois da concepção ter acontecido.

Dom Dimas Lara Barbosa e o Bispo auxiliar eleito, Dom Antonio Augusto Dias Duarte, que além disso é médico pediatra afirmam que "tais pílulas podem ser tomadas até 72 horas depois do ato sexual, como um 'modo seguro' para evitar a gravidez. Mas na verdade, trata-se de uma droga (RU-486) cujo efeito primário é impedir a nidação do óvulo já fecundado no útero materno".

"Em outras palavras, trata-se de um medicamento abortivo, já que atua depois da concepção ter acontecido. Aliás, sua venda foi proibida na França e nos EUA, por seus efeitos negativos para a mulher", afirmam.

Os bispos acrescentam: "Ora, a própria ciência mostra que, uma vez acontecida a fecundação, estamos diante de um novo ser humano, com um código genético definido, diferente daquele de seu pai ou de sua mãe".

"A vida humana é sagrada, e deve ser protegida, da concepção até a morte natural. E qualquer autoridade que atente contra a vida, ainda mais a vida de um inocente, exorbita de sua competência. Esta autoridade ainda suscita a indignação ética de muitos que, independentemente de sua religião, acreditam na dignidade do ser humano", advertem.

A distribuição gratuita vinha sendo feita experimentalmente desde outubro nos postos de saúde que fazem parte do Serviço de Planejamento Familiar e nas maternidades municipais.  E a resolução  da Secretaria Municipal de Saúde que suspende a distruição foi publicada no Diário Oficial do dia 25 de janeiro.

Leia a nota da Arquidiocese do Rio de Janeiro sobre a condenação da «Pílula do Dia Seguinte»