O Escritório de Informação da Arquidiocese de Caracas deu a conhecer a versão oficial da mensagem lida ontem ante a Assembléia Nacional por parte do Cardeal Jorge Urosa Savino quem foi a responder algumas perguntas sobre suas declarações críticas sobre o governo da Venezuela. Nesse recinto, o Cardeal sustentou suas afirmações e explicou que dá sua opinião como cidadão e bispo; no marco da democracia, do que se encontra estabelecido pela Constituição que exige a todo venezuelano participar ativamente na vida pública do país, o respeito devido às autoridades e sem mentir.

Na exposição ante a deputada Cilia Flores e outros mais diante dos quais o cardeal declarou durante várias horas em uma sessão à qual não tiveram acesso os jornalistas e que não foi transmitida ao vivo por televisão, o Cardeal explicou que seu proceder está em consonância com a missão encomendada a ele por Jesus Cristo, e muito distante da política partidista da qual é alheio; e recordou que em nenhum momento mentiu.

Ao referir-se logo às suas declarações sobre o socialismo marxista na Venezuela, o Cardeal Urosa assinalou que não disse nada novo já que o mesmo presidente Chávez é quem afirma seguir esta corrente, e expôs os perigos desta ideologia para a nação.

Também reiterou sua crítica a diversas leis que considera inconstitucionais e que constituem uma grande preocupação para o povo, um atentado contra a democracia e o pluralismo político, como por exemplo, a lei referida à educação e a dos processos eleitorais, sobre as quais os bispos já se pronunciaram oportunamente.

“Com a maior boa vontade e em espírito de diálogo aberto, sereno e respeitoso, compareço ante vocês atendendo o cordial convite da Deputada Cilia Flores, Presidenta deste Corpo Legislativo. Agradeço também a garantia oferecida pela Presidenta com relação a minha segurança e respeito a minha dignidade e condição humana”, assinalou o purpurado.

“Sou um Bispo, Pastor da Igreja, servidor de Jesus Cristo e do povo venezuelano tudo. Nessa condição atuei e falei sobre as questões sociais. Não me considero nem me considerei nunca, e não atuei em nenhum momento como ator ou operador político. Sou porta-voz de Jesus Cristo e das inquietudes e do interesse do povo venezuelano pela paz, o encontro, a inclusão, e pelo respeito aos direitos humanos civis, sociais, e políticos consagrados na Constituição da República Bolivariana da Venezuela. Não sou porta-voz de nenhuma parcialidade política”, afirmou também o Arcebispo.

Dom Urosa terminou seu testemunho reafirmando “minha condição de Pastor da Igreja, à qual sirvo em nome de Jesus Cristo, com o propósito de que seu "Reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz", faça-se realidade no coração dos venezuelanos, através da fé em Deus, e através da convivência fraterna e solidária. Peço a Deus Nosso Senhor que abençoe a nossa querida a Venezuela, a vocês, a todo nosso povo e que nos acompanhe sempre a maternal intercessão da Virgem Maria, Nossa Senhora de Coromoto. Amém”